Fitorremediação de solo contaminado com petróleo utilizando Typha latifolia

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O petróleo e seus derivados ocupam lugar de destaque dentre os compostos orgânicos contaminantes do solo. Os HPAs (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos), presentes no petróleo, têm sido considerados como compostos de alto risco à saúde devido à sua alta toxicidade e estabilidade química. Muitos processos físicos, químicos e biológicos estão sendo usados para remediar solos contaminados. A fitorremediação tem por base o uso de plantas e seus microrganismos associados para remover contaminantes do solo e água e pode ser considerada uma técnica de baixo custo aplicável a grandes áreas. Este trabalho teve como objetivos, avaliar o potencial de fitorremediação da Taboa (Typha latifolia) em solo impactado por petróleo bruto com relação à degradação da fração aromática (HPAs) e de hidrocarbonetos totais de petróleo (TPH), e a interferência do contaminante na absorção de nutrientes pelas plantas. Além disso, neste trabalho foi investigada a variação na trocabilidade de íons do solo em função de diferentes níveis de contaminação por petróleo. Foram realizadas análises do petróleo no solo por espectroscopia de fluorescência synchronous, análises por cromatografia em fase gasosa (CG-DIC) para quantificação de HPAs e estimativa do TPH, medidas de pH do solo e análises químicas do tecido foliar (macro e micronutrientes). Para o estudo da variação da trocabilidade de íons em solo contaminado foram realizadas análises quantitativas para macro e micronutrientes do solo, alumínio trocável e pH. Os resultados de fluorescência e cromatografia em fase gasosa indicaram que a Taboa contribuiu para remediação do solo contaminado com petróleo. A degradação da fração aromática pela planta diminuiu 33% da fluorescência do óleo após 120 dias de cultivo, não havendo diferença para o solo onde se adicionou solução fertilizante. O cultivo da Taboa diminuiu em 49% a concentração relativa do benzo(a)antraceno e 21% do benzo(b)fluoranteno. No caso do fluoranteno, 64% foi removido do solo cultivado contra 19% em solo não cultivado e o fluoreno deixou de ser detectado após 120 dias em solo cultivado. A degradação do TPH foi de 74% em solo cultivado contra 35% em solo não cultivado. Os resultados de análise foliar mostraram que o contaminante não teve interferência na absorção de nutrientes pelas plantas. Os ensaios referentes à avaliação da interferência do petróleo na trocabilidade de íons do solo indicaram que maiores concentrações do contaminante no solo diminui as disponibilidades dos elementos Ca, K e Cu, mas também diminui a disponibilidade de Al (tóxico). Apesar da constatação da fitorremediação do solo contaminado com petróleo devido ao cultivo da Taboa, não foi possível definir se houve captura do poluente pela planta ou se houve degradação na região rizosférica.

ASSUNTO(S)

soil fertility solos - remediação solos - poluição por petróleo solos - fertilidade soil remediation oil pollution of soils

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