Fitoquímica, atividade antiviral e antioxidante de "Distictella elongata (Vahl) Urb. (Bignoniaceae)"

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Alguns metabólitos de plantas têm demonstrado potenciais aplicações terapêuticas contra diversos vírus genética e funcionalmente diferentes. Seus mecanismos de ação são diversificados e, muitas vezes, múltiplos. A relevância das espécies reativas derivadas do oxigênio e do nitrogênio nas patologias virais já foi evidenciada. Distictella elongata (Vahl) Urb. é uma espécie vegetal pertencente à família Bignoniaceae. Extratos etanólicos de folhas e caule de Distictella elongata foram avaliados in vitro pela técnica do MTT quanto à sua atividade antiviral. Foram utilizados dois modelos de vírus de DNA: HSV-1 e VACV-WR, e um modelo de vírus de RNA: EMC. O extrato etanólico de folhas apresentou atividade anti-HSV-1 (CE50 = 142,8 ± 5,3 g/mL), enquanto o extrato etanólico de caule não apresentou qualquer atividade nas concentrações testadas (CE50 >500 g/mL). O fracionamento cromatográfico do extrato de folhas forneceu nove frações. Aquelas que foram eluídas em AcOEt e ACOEt:MeOH apresentaram atividade antiviral: anti-HSV-1(CE50 = 164,4 ± 5,7 g/mL) e anti-EMC (CE50 = 36,6 ± 1,2 g/mL) para a primeira e anti-HSV-1 (CE50 = 147,6 ± 3,3 g/mL) para a segunda. O bioensaio direcionado levou ao isolamento, por técnicas cromatográficas, da flavona pectolinarina da fração AcOEt:MeOH, além de misturas dos terpenoides ácido ursólico, ácido oleanólico e ácido pomólico e o esteroide -sistosterol presentes na fração AcOEt. A pectolinarina apresentou atividade frente aos vírus HSV-1 (CE50 = 314,5 ± 22,7 g/mL) e VACV-WR (CE50 = 207,1 ± 9,6 g/mL). Os terpenoides ácido oleanólico e ursólico foram ativos frente ao HSV-1, CE50 = 3,8 ± 0,6 g/mL e 6,2 ± 0,1 g/mL, respectivamente, porém com elevadas citotoxicidades: CC50 = 4,2 ± 0,8 g/mL para o ácido oleanólico e CC50 = 8,1 ± 0,9 g/mL para o ácido ursólico. O extrato de folhas (CEA50 = 28,03 ± 0,46 g/mL) e a fração AcOEt:MeOH (CEA50 = 58,00 ± 0,89 g/mL) apresentaram atividade antioxidante frente ao DPPH, enquanto a fração AcOEt não apresentou atividade. O estudo fitoquímico do extrato de folhas de D. elongata demonstrou que terpenoides e fenóis, especiamente flavonoides heterosídicos como a pectolinarina, são responsáveis por sua atividade antiviral. Além disso, a segunda classe de substâncias lhe confere ainda a capacidade de sequestrar radicais livres. Portanto, esses resultados sugerem uma possível utilização de metabólitos especiais de plantas como alternativas à atual farmacoterapêutica antiviral. Palavras-chave: Distictella elongata, Bignoniaceae, antiviral, antioxidante, HSV-1, VACV-WR, EMC, DPPH.

ASSUNTO(S)

matéria médica vegetal teses. plantas medicinais teses. farmácia teses. antioxidantes teses. agentes antivirais teses.

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