Fitoplânctôn e qualidade de água nos Rios Preto e São Bartolomeu, DF

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A qualidade da água pode ser avaliada por uma série de parâmetros físicos, químicos e biológicos. Entre esses últimos, destaca-se a comunidade fitoplanctônica. No Distrito Federal, as bacias hidrográficas do rio Preto e rio São Bartolomeu são estratégicas na gestão dos recursos hídricos locais; entretanto, não há nenhum trabalho científico abordando as algas fitoplanctônicas e sua relação com a qualidade de água nesses mananciais. Este estudo teve como objetivo geral relacionar o fitoplâncton com a qualidade da água nessas duas bacias, partindo-se das seguintes hipóteses: 1) há diferenças na estrutura da comunidade fitoplanctônica das bacias do rio Preto e do rio São Bartolomeu; 2) em cada bacia, há diferenças na estrutura da comunidade fitoplanctônica entre os períodos de chuva e seca. Foram feitas duas campanhas de coleta (chuva e seca de 2009), em quatro pontos do rio Preto e seis do São Bartolomeu. Foi aplicado um protocolo de avaliação rápida de habitats e analisadas variáveis abióticas da água, além da análise quantitativa do fitoplâncton. Os dados foram analisados. Houve diferenças significativas especialmente entre as duas bacias, para as variáveis oxigênio dissolvido (p=0,005), condutividade (p=0,016), nitrato (p=0,000), nitrogênio total (p=0,018), fósforo total (p=0,018) e sólidos totais dissolvidos (p=0,004). Em relação aos períodos de seca e chuva, diferenças significativas foram registradas para oxigênio dissolvido (p=0,004), amônio (p=0,024) e nitrato (p=0,005). Foram registrados 151 táxons (grupos funcionais P, D, J, X3, Y, W1, X1, S1 e M), distribuídos entre as classes Bacillariophyceae, Cyanobacteria, Chlorophyceae, Cryptophyceae, Chrysophyceae, Dinophyceae, Euglenophyceae e Zygnemaphyceae. As classes dominantes em todos os pontos e nas duas épocas do ano foram Chlorophyceae e Bacillariophyceae. Porém, a classe Euglenophyceae chegou a representar mais de 50% da densidade total nos pontos do rio São Bartolomeu no período da seca. O rio São Bartolomeu apresentou maior tendência à eutrofização do que o rio Preto, especialmente durante a estação seca. Euglenofíceas do grupo funcional W1, comuns em água ricas em matéria orgânica, foram particularmente representativas neste ambiente. Embora o gênero Microcystis não tenha sido registrado em altas densidades nos pontos amostrados dos dois rios, o potencial das cianobactérias na produção de toxinas serve de alerta para o cuidado na utilização da água das duas bacias estudadas. Chama-se a atenção para o monitoramento constante desses dois rios, considerando sua importância para o Distrito Federal e entorno.

ASSUNTO(S)

alga controle de qualidade água potável cianobactérias recursos hídricos saude coletiva eutrophication biomonitoring lotic environments algae cyanobacteria cerrado

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