FIBROSE CÃSTICA AVALIAÃÃO DAS ALTERAÃÃES PULMONARES E DO SONO / Evaluation Changing CSTICA FIBROSIS OF LUNG AND SLEEP

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/09/2009

RESUMO

A Fibrose CÃstica (FC) à uma doenÃa crÃnica e progressiva acompanhada por episÃdios repetidos de infecÃÃes respiratÃrias. Neste trabalho, realizaram-se investigaÃÃes relacionadas aos aspectos polissonogrÃficos, de tomografia computadorizada de alta resoluÃÃo do tÃrax (TCAR) e um estudo sobre os efeitos da melatonina em pacientes com FC, que serÃo descritos a seguir. Na FC, as alteraÃÃes do sono e a dessaturaÃÃo noturna da oxi-hemoglobina sÃo comuns, no entanto, os preditores dessa dessaturaÃÃo ainda sÃo controversos e a indicaÃÃo para a realizaÃÃo de polissonografia ainda nÃo foi definida. Com o objetivo de identificar os fatores de risco associados com hipÃxia noturna e com as alteraÃÃes do sono, realizou-se uma investigaÃÃo clÃnica e polissonogrÃfica de pacientes com FC com e sem envolvimento pulmonar. Trata-se de um estudo transversal de pacientes clinicamente estÃveis com (N=30; mÃdia de idade = 12,8 anos; mÃdia de volume expiratÃrio forÃado no primeiro segundo (VEF1= 65,2%) e sem (N=10; mÃdia de idade =13,3; mÃdia de VEF1 = 99,8%) doenÃa pulmonar e controles (N=20; mÃdia de idade =15,5). Os pacientes foram avaliados por meio das provas de funÃÃo pulmonar (PFP), teste da caminhada de seis minutos (TC6min), pelo escore Swhachman-Kulczycki (S-K) e polissonografia de noite inteira. Os pacientes com doenÃa pulmonar apresentavam Ãndices mais baixos de massa corpÃrea, VEF1, capacidade vital forÃada e escore S-K. Durante o sono, entre os pacientes com FC e doenÃa pulmonar, cinco (15%) tinham SpO2 <90% durante mais de 30% do tempo total de sono e 11 (36,6%) tinham SpO2 mÃnima. Observou-se uma correlaÃÃo entre os nÃveis de VEF1 e os nÃveis mÃdios de SpO2 (p=0,02) e valores mÃnimos da SpO2 (p<0,03). A Receiver Operating Curve (ROC) mostrou que o VEF1 <64% à um preditor da dessaturaÃÃo noturna ao se considerar o nadir, SpO2 menor que 85% (sensibilidade = 92,3% e especificidade = 77,3%) ou SpO2 <90% durante mais de 30% (sensibilidade = 81,8% e especificidade = 85,2%). A frequÃncia das alteraÃÃes do sono, quando se considerou a qualidade subjetiva do sono (IQSP), nÃo foi diferente entre os casos de FC com (N=5) e sem comprometimento pulmonar (N=2, P=0.53). A arquitetura do sono nÃo foi significativamente diferente entre os casos de FC com e sem doenÃa pulmonar. Apneia obstrutiva do sono estava presente em trÃs casos com doenÃa pulmonar e em um caso sem doenÃa pulmonar. Em conclusÃo, a dessaturaÃÃo durante o sono pode ser prevista por um VEF1 <64% com boa sensibilidade e especificidade. NÃo hà diferenÃas significantes entre os casos de FC clinicamente estÃveis com e sem envolvimento pulmonar. Sugere-se que a polissonografia pode ser Ãtil em casos selecionados de FC com e sem doenÃa pulmonar quando hà suspeita de apneia obstrutiva do sono. Em relaÃÃo ao estudo com TCAR do tÃrax, deve ser enfatizado que o reconhecimento de marcadores de gravidade, capazes de predizer a deterioraÃÃo clÃnica na fibrose cÃstica à de fundamental importÃncia para o manuseio terapÃutico dos pacientes. O escore de S-K e o VEF1 sÃo considerados os melhores preditores independentes do prognÃstico em FC. O objetivo desse estudo foi avaliar o papel da TCAR e o escore de Bhalla na avaliaÃÃo da gravidade de pacientes com FC. Casos de ambos os sexos, com idade superior a seis anos, clinicamente estÃveis, foram avaliados mediante espirometria, nÃveis basais de saturaÃÃo de oxigÃnio (SpO2), TC6min, TCAR e escores S-K e Bhalla. Vinte e cinco pacientes (15 homens, idade mÃdia 14,2  5,6) com VEF1 (variaÃÃo 28,6-98,0; mÃdia 62,5  21,8) foram estudados. Nove pacientes apresentavam insuficiÃncia respiratÃria moderada/grave (40 79). As bronquiectasias foram o achado tomogrÃfico mais frequente. Espessamento peribrÃnquico, rolha de muco e enfisema, apesar de menor gravidade, foram tambÃm comumente observados. Nenhum dos casos apresentava bolhas. Os escores totais das anormalidades tomogrÃficas variaram de 7 a 25 (13,8  4,4). A curva (ROC) mostrou alta sensibilidade/especificidade para o escore Bhalla na prediÃÃo da gravidade da doenÃa medida pelo VEF1. De forma comparativa, os escores Bhalla apresentaram maior sensibilidade do que os escores S-K. Os nÃveis basais de SpO2 e o TC6min nÃo foram bons preditores de gravidade avaliada pelos testes de funÃÃo pulmonar. Realizou-se um estudo sobre os efeitos da melatonina na FC. A melatonina à um hormÃnio natural secretado pela glÃndula pineal, tem uma funÃÃo importante na sincronizaÃÃo do ritmo circadiano, incluindo o ciclo vigÃlia-sono e tem propriedades antioxidantes. Com o objetivo de avaliar os efeitos da melatonina no sono, na inflamaÃÃo e no estresse oxidativo pulmonar realizou-se um estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo. Vinte pacientes com FC foram inicialmente avaliados. Um paciente nÃo concluiu o estudo. Todos os indivÃduos estavam clinicamente estÃveis por ocasiÃo do estudo, ou seja, nÃo tinham apresentado exacerbaÃÃes infecciosas ou hospitalizaÃÃes nos Ãltimos 30 dias. Os grupos foram randomizados para o uso de placebo (N= 10; mÃdia da idade 12,10  6,0) ou melatonina 3,0 mg (N=9; mÃdia da idade 16,62  8,26) durante 21 dias. Um registro actigrÃfico foi realizado durante seis dias, antes do inÃcio da medicaÃÃo e na terceira semana (dias 14 a 20) do tratamento. Os nÃveis de isoprostano e nitrito foram determinados no condensado de ar exalado (CAE) no inÃcio do estudo (dia 0) e depois do tratamento (dia 21). A melatonina melhorou a eficiÃncia do sono (p=0,01) e nitrito do CAE, porÃm nÃo reduziu o isoprostano. Em conclusÃo, em pacientes com FC clinicamente estÃveis, a administraÃÃo de melatonina reduz os nÃveis de nitrito e melhora os parÃmetros de sono.

ASSUNTO(S)

pneumologia cystic fibrosis. sleep. hypoxia. bronchiectasis. melatonin. fibrose cÃstica melatonina estresse oxidativo

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