Fibroplasia após implante de tela de polipropileno para correção de hérnia da parede abdominal em ratos

AUTOR(ES)
FONTE

Acta Cirurgica Brasileira

DATA DE PUBLICAÇÃO

2009-02

RESUMO

OBJETIVO: Avaliar o tempo de fibroplasia em tela de polipropileno na correção de hérnias incisionais da parede abdominal, em ratos, através da quantidade de colágeno, correlacionando-o com a resposta inflamatória local. MÉTODOS: Trinta e seis ratos machos da linhagem Wistar foram submetidos à ressecção longitudinal de um segmento músculo-aponeurótico e peritoneal (3x2 cm) da parede abdominal, seguida por reforço com tela de polipropileno, em forma de ponte sobre a aponeurose. Os animais foram distribuídos em seis grupos, de acordo com o tempo de fibroplasia a ser estudado (1, 2, 3, 7, 21 e 30 dias de pós-operatório). Após os prazos estabelecidos para estudo da fibroplasia, os animais foram submetidos à eutanásia, e a área de fixação da tela de polipropileno foi avaliada histologicamente quanto à reação inflamatória e à percentagem de colágeno pela técnica videomorfométrica assistida por computador. RESULTADOS: Houve aparecimento de colágeno total junto à tela no 3º dia pós-implante, com aumento progressivo na sua proporção em todos os dias subseqüentes até o 21º dia, quando atingiu sua proporção máxima (p<0,001). A partir do dia 3, o colágeno III sofreu um aumento progressivo até o dia 21, quando atingiu sua proporção máxima (p<0,001), e no 30º dia apresentou uma redução significativa (p<0,001). O colágeno tipo I surgiu entre o 7º e o 21º dia, apresentou sua máxima proporção no 21º dia e manteve-se inalterado até o final do período de observação. A relação colágeno tipo I/tipo III aumentou progressivamente e inverteu-se no 30º dia de observação (p<0,001). Os neutrófilos foram identificados no 1º dia pós-implante, mantendo-se junto à tela até o 21º dia. Os macrófagos, gigantócitos e linfócitos foram identificados no 2º dia. Trinta dias após a implantação da tela, desapareceram os neutrófilos e mantiveram-se estáveis as proporções de macrófagos, gigantócitos e linfócitos (p<0,001). CONCLUSÕES: Os resultados do presente estudo evidenciaram a presença de colágeno no 3º dia pós-implante, com predomínio do colágeno tipo I ao final do período de observação. O prolongamento da resposta inflamatória da cicatrização e a persistência do processo inflamatório crônico junto à tela não interferiram no tempo da fibroplasia.

ASSUNTO(S)

parede abdominal colágeno hérnia telas cirúrgicas polipropilenos neutrófilos ratos

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