Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi) da soja (Glycines max.) na cultura do feijão (Phaseolus vulgaris)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Nesta pesquisa três trabalhos foram desenvolvidos: a elaboração e validação de uma escala diagramática para avaliação da ferrugem asiática na cultura do feijão; a verificação dos níveis de resistência à ferrugem asiática das cultivares de feijão freqüentemente utilizadas no estado do Paraná; e a influência de épocas de semeadura do feijão em relação à severidade da ferrugem asiática. Para elaborar a escala diagramática, foram coletados 50 folíolos das cultivares JALO PRECOCE e RADIANTE. Com o programa Quant foram determinados os níveis de severidade máxima (77,10%) e mínima (1,02%) encontradas no campo e através da lei do estimulo visual de Weber e Fechner foram determinados mais seis níveis intermediários de severidade (2,3)-(5,11)-(10,97)-(21,99)-(3 9,19)-(59,58). Para determinação da severidade real foram coletados aleatoriamente 50 folíolos de feijão com diferentes níveis de severidade. Dos 10 avaliadores participantes, apenas cinco possuíam experiência em quantificação de doenças de plantas . Primeiramente, a avaliação dos 50 folíolos foi realizada sem a escala e posteriormente com o auxilio desta. Os avaliadores não apenas melhoraram sua precisão, como também apresentaram, ao utilizar a escala, erros absolutos inferiores a 10%. Sete dos dez avaliadores foram considerados acurados. Objetivando avaliar os níveis de resistência de cultivares à ferrugem asiática, sob condições naturais de infecção, 23 cultivares de feijão dos grupos PRETO, CARIOCA e MANTEIGÃO foram avaliadas. Com base nos resultados, percebe-se que cultivares do grupo MANTEIGÃO (JALO PRECOCE e RADIANTE) apresentaram alta severidade da doença, com níveis de até 40% de severidade, enquanto feijões dos grupos CARIOCA e PRETO demonstraram níveis variando de resistentes a suscetíveis. Dentre as cultivares, os menores níveis de severidade foram encontrados nas ultivares IPR-31 (2,6%), FT-BONITO (3,7%) e IPR-CHOPIM (3,8%). Quanto ao ciclo das cultivares, observou-se que as mais precoces foram aquelas que apresentaram maiores níveis de severidade à ferrugem asiática. Conclui-se que os níveis de resistência das cultivares de feijão à ferrugem asiática variaram de resistentes a suscetíveis. As cultivares do grupo MANTEIGÃO foram as que apresentaram maiores níveis de resistência à ferrugem asiática. A fim de avaliar o comportamento quanto à ferrugem asiática, de duas ultivares de feijão (IPR SARACURA e IPR-UIRAPURU), semeadas em 10 diferentes épocas realizou-se o experimento. A primeira época foi semeada no dia 04/10/2005 e outras nove épocas com intervalo de 15 dias, até o dia 15/02/2006. Foram realizadas avaliações de severidade em todos os estádios fenológicos em cada uma das épocas de semeadura. Quanto aos resultados, percebe-se que somente na sétima época, quando as plantas de feijão encontravam-se no estádio fenológico R8, a presença da ferrugem asiática foi confirmada. Houve diferenças estatísticas entre as épocas de semeadura, entretanto não foram observadas diferenças significativas nas nove primeiras épocas entre as cultivares em relação à porcentagem de severidade e na área abaixo da curva do progresso da doença. Contudo, na décima época a severidade da ferrugem asiática na cultivar IPR-SARACURA foi superior estatisticamente a cultivar IPR-UIRAPURU. Pode-se concluir que quanto mais tarde se realiza a semeadura, mais cedo se manifesta a ferrugem asiática no feijão. Conclui-se, ainda, que a ferrugem asiática influenciou negativamente na produtividade de grãos das cultivares de feijão, sendo que o componente do rendimento afetado foi o peso de 1000 grãos.

ASSUNTO(S)

escala diagramática cultivar resistance época de semeadura agronomia resistência de cultivares ferrugem asiática e feijão. asian rust and common bean sowing date diagrammatic scale

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