Ferrovia e logística do agronegócio globalizado : avaliação das políticas públicas e privadas do sistema ferroviário brasileiro / Railroad and agribusiness logistics : evaluation of public and private policies of Brazilian railway system

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/08/2011

RESUMO

O trabalho tem como objetivo analisar as políticas públicas e privadas do sistema ferroviário a partir da organização, uso e regulação do território brasileiro. Essas políticas são condicionadas por algumas características do atual período técnico-científico e informacional, tais como o surgimento de um novo paradigma produtivo iniciado a partir da década de 1970, ampliação dos circuitos espaciais produtivos de alguns produtos agrícolas, expansão da fronteira agrícola moderna em áreas do Cerrado, consolidação de regiões produtivas de commodities distantes dos portos e desprovidos de infraestruturas adequadas de transportes e prioridade da inserção do país no mercado internacional através da exportação de produtos de baixo valor agregado e alto volume. A partir dessas novas variáveis, o território brasileiro passou a ser considerado por determinados agentes hegemônicos e pelo Estado um obstáculo para as novas exigências de fluidez e competitividade territoriais impostas pelo mercado internacional. A reativação do sistema ferroviário brasileiro, iniciada em 1996, procurou responder a essas exigências. Esse processo privilegiou, num primeiro momento, apenas uma das modalidades de transporte ferroviário, o de alto desempenho voltado para o transporte de commodities, e desconsiderou outras possibilidades, como o transporte de passageiros de longa distância, de carga geral e metropolitano de passageiros. Além disso, a partir do Programa de Aceleração do Crescimento e da atualização do Plano Nacional de Viação, fica evidente a prioridade pela expansão extravertida das novas ferrovias, visando a interligação de determinadas regiões produtivas de commodities aos portos exportadores. O traçado das ferrovias e a organização dos respectivos pátios ferroviários passam a ser funcionais a essas atividades exportadoras. Nas políticas públicas e privadas atualmente instituídas, as cidades são consideradas um obstáculo para a lógica do sistema ferroviário, já que as estações ferroviárias existentes são desativadas, demolidas ou abandonadas e os novos pátios ferroviários estão sendo construídos distantes dos centros urbanos. O BNDES tem participado decisivamente na definição e na efetivação dessas políticas, seja na realização de estudos técnicos, como na participação acionária nas empresas ferroviárias e fornecimento de financiamentos subsidiados. O trabalho apresenta algumas conclusões sobre as atuais políticas públicas e privadas do sistema ferroviário, destacando que essas estão promovendo a integração extravertida do território para atender determinadas atividades, agentes e regiões competitivas relacionadas aos circuitos espaciais da soja e minério de ferro. Enquanto isso, grande parte da sociedade permanece alheia e distante dos benefícios possibilitados pelas ferrovias

ASSUNTO(S)

ferrovias agroindústria políticas públicas railroads agribusiness public policy

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