Fenologia reprodutiva de espécies de Melocactus (Cactaceae) da Chapada Diamantina, Bahia, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Brazilian Journal of Botany

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-06

RESUMO

Este trabalho discute as estratégias fenológicas de Melocactus glaucescens Buining & Brederoo, M. paucispinus G. Heimen & R. Paul, M. ernestii Vaupel e M. ×albicephalus Buining & Brederoo, espécies da Chapada Diamantina, Nordeste do Brasil. M. glaucescens, M. ernestii e M. ×albicephalus ocorrem simpatricamente em uma área de caatinga/cerrado e M. paucispinus em uma área de cerrado/campo rupestre. A fenologia dos táxons simpátricos foi comparada e analisada quanto à sobreposição, enquanto a fenologia de M. paucispinus foi correlacionada com fatores abióticos e bióticos. A floração de M. glaucescens e M. ×albicephalus apresentou um padrão contínuo, porém com picos moderados de atividade, enquanto a frutificação foi subanual. A floração e a frutificação de M. ernestii exibiram padrão anual; em M. paucispinus, a floração e a frutificação tiveram padrão subanual. Os táxons simpátricos apresentaram juntos mais de 40% de sobreposição de floração, e mais de 50% em combinações aos pares, considerando tanto o número de indivíduos em floração quanto à quantidade de recurso ofertado. Informações disponíveis indicam que esses táxons compartilham polinizadores. Os dados fenológicos encontrados rejeitam a hipótese do polinizador compartilhado e sustentam a hipótese corrente de hibridação na área estudada. Foi encontrada correlação negativa entre a pluviometria e a floração de M. paucispinus e positiva com a frutificação. A floração de M. paucispinus em períodos secos do ano evita que as flores eretas posicionadas em cefálios terminais, expostos em áreas abertas da vegetação, sejam danificadas pelas chuvas, enquanto a frutificação em períodos chuvosos pode ser favorável à dispersão e germinação desta espécie.

ASSUNTO(S)

biologia reprodutiva cactaceae fenologia hibridação melocactus

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