Fenologia e biologia reprodutiva do Pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam., Leguminosae-Caesalpinioideae) em remanescente de floresta atlÃntica semidecidual em Pernambuco

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.) à uma Leguminosae arbÃrea nativa da Floresta AtlÃntica brasileira com grande valor histÃrico e econÃmico para o paÃs. Foi intensamente explorado desde o inÃcio da colonizaÃÃo, encontrando-se atualmente em perigo de extinÃÃo. O objetivo deste trabalho foi investigar a fenologia e a biologia reprodutiva da espÃcie, conhecimentos essenciais para a sua conservaÃÃo. O estudo foi realizado na EstaÃÃo EcolÃgica do TapacurÃ, remanescente de Floresta AtlÃntica em Pernambuco e local de ocorrÃncia natural da espÃcie, de outubro/2004 a dezembro/2005. Caesalpinia echinata apresentou episÃdios de floraÃÃo de diferentes intensidades durante o perÃodo de estudo, tendo sido os mais intensos em fevereiro e dezembro/2005. Os episÃdios de frutificaÃÃo ocorreram logo apÃs os de floraÃÃo, tendo sido o mais intenso em marÃo/2005. As flores, dispostas em inflorescÃncias racemosas em um nÃmero mÃdio de 32,7  12,8 (8-69), sÃo melitÃfilas, zigomorfas, pentÃmeras, com sÃpalas verdes e pÃtalas amarelas, a pÃtala estandarte com uma mÃcula vermelha. Emitem um forte odor adocicado, cujas principais regiÃes de emissÃo foram as sÃpalas. O androceu à constituÃdo por dez estames com filetes e anteras de tamanhos diferentes, cinco maiores e cinco menores, dispostos alternadamente. A viabilidade polÃnica foi alta (95,9%  4,84; 86,5-99), nÃo havendo diferenÃa entre os dois tipos de anteras. O nectÃrio localiza-se no hipanto, na base dos estames, circundando o gineceu. O volume de nÃctar e sua concentraÃÃo de aÃÃcares foram, em mÃdia, 2,9  1,0 μL e 29,52  9,4 %, respectivamente. O ovÃrio encerra em mÃdia dois Ãvulos e o estigma à do tipo cÃmara, contornada por pÃlos dispostos como uma franja. A RazÃo P/O foi de 5.631,2. A antese à diurna, iniciando-se ao amanhecer e com duraÃÃo de um dia. Os visitantes considerados polinizadores efetivos da espÃcie foram abelhas mÃdias a grandes, sendo observadas as espÃcies Apis mellifera, Centris aenea, C. analis, Xylocopa frontalis, X. grisescens e X. suspecta. Uma espÃcie de borboleta (Proteides mercurius) e duas de beija-flor (Amazilia cf. fimbriata e Phaethornis ruber) foram consideradas polinizadoras ocasionais, por apresentarem comportamento adequado à polinizaÃÃo, porÃm com baixa freqÃÃncia. As abelhas Trigona spinipes, Trigona sp., Frieseomelitta doederleini, Augochlora sp. e Pseudaugochlora sp. tambÃm foram consideradas polinizadoras ocasionais, uma vez que, ao coletarem pÃlen, nem sempre realizavam polinizaÃÃo. Como pilhadoras de nÃctar foram observadas Trigona spinipes, Trigona sp. e outra espÃcie de borboleta, Panoquina sp. Os resultados obtidos a partir dos experimentos de polinizaÃÃo controlada e da anÃlise do crescimento de tubos polÃnicos indicam que C. echinata à auto-incompatÃvel com mecanismo do tipo aÃÃo tardia, apresentando baixa produÃÃo natural de frutos (9,2%)

ASSUNTO(S)

polinizaÃÃo floral biology caesalpinia echinata leguminosae biologia reprodutiva biologia floral pollination brazil brazilwood fenologia brasil pau-brasil phenology reproductive biology leguminosae late acting self-incompatibility botanica auto-incompatibilidade de aÃÃo tardia caesalpinia echinata

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