Fenologia da floração de Mouriri guianensis (Melastomataceae) e sua interação com a abelha crepuscular Megalopta amoena (Halictidae) na restinga do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Acta Amaz.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-09

RESUMO

RESUMO Mouriri guianensis é uma espécie vegetal endêmica do Brasil, distribuindo-se pelos domínios da Floresta Amazônica, Caatinga, Mata Atlântica e Cerrado, chegando ao norte até a Venezuela. O objetivo do estudo foi descrever a fenologia de floração, a biologia floral e os visitantes florais de M. guianensis, com destaque para as abelhas crepusculares Megalopta amoena. Mouriri guianensis floresce de setembro a março e a floração de dez indivíduos foi acompanhada em dezembro/2013, janeiro-março/2014, setembro-dezembro/2014, janeiro-março/2015, sendo observados aspectos da biologia floral e visitantes. Os picos de floração ocorreram em dezembro/2013 e novembro-dezembro/2014. As abelhas foram coletadas em janeiro e fevereiro de 2015. Um total de 86 indivíduos de seis espécies de abelhas foi registrado visitando as flores com Xylocopa cearensis realizando a maioria das visitas (60%), seguida por Melipona subnitida e Megalopta amoena com 21,17% e 9,41%, respectivamente. Os visitantes mostraram picos de atividade entre 5:00 - 6:00 h (66,27%). O comportamento predominante foi o de vibração. Megalopta amoena utilizou suas mandíbulas para romper os poros da antera e glândula. Melipona subnitida utilizou partes das glândulas para a vedação da entrada da colônia. Os visitantes, a exceção de Augochlopsis sp. e Trigona sp., são polinizadores de M. guianensis. Plantas com longos períodos de antese podem atrair visitantes diurnos e noturnos. Aqui demonstramos um exemplo de sistema de polinização crepuscular, sugerindo que o fato florir durante o crepúsculo é uma estratégia da planta para escapar de visitantes inoportunos.

ASSUNTO(S)

polinização interação inseto-planta óleo floral forrageamento crepuscular

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