Fenologia da comunidade de Asteraceae, variação temporal e determinantes locais de riqueza de insetos endofagos de capitulos

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Este estudo foi realizado no cerrado da Reserva Biológica de Moji Guaçu (Mogi Guaçu. SP) entre agosto de 200 I a agosto de 2002. Neste período. foi acompanhada a fenologia floral da comunidade de Asteraceae e a variação temporal da comunidade de insetos endófagos de capítulos (inflorescências). para investigar as relações causais entre fatores climáticos e a fenologia reprodutiva das plantas. bem como as respostas de insetos fitófàgos a ambos. Esta dissertação está dividida em dois capítulos. O primeiro teve como objetivo verificar as relações da fenologia floral da comunidade de Asteraceae e da variação temporal da comunidade de insetos endófagos de capítulos com fatores climáticos (fotoperíodo. precipitação. temperatura média e radiação solar). A comunidade de Asteraceae teve um pico de fiO! ação no mês de abril. no início da estação seca.. A comunidade de endófagos de capítulos esteve representada por três ordens de insetos: Diptera (Tephritidae. Cecidomyiidae e Agromyzidae). Coleoptera (Apionidae) e Lepidoptera (Tortricidae, Pterophoridae. Pyralidae. Gelechiidae). A ordem Diptera foi a mais representativa. com 62% das espécies e 72% dos indivíduos amostrados. E acompanharam a floração de suas hospedeiras. A associação da fenologia floral com o início da estação seca levou a comunidade de Asteraceae a apresentar uma defasagem de quatro a seis meses do número de espécies em flor e da disponibilidade de capítulos em relação aos fatores climáticos avaliados. Por meio de uma técnica baseada em correlações parciais (análise de rota), foi verificada uma relação negativa do número de espécies em flor com o fotoperíodo, embora houvesse aparentemente uma relação positiva com a temperatura méd ia. A comunidade de insetos herbívoros apresentou relações semelhantes às de suas plantas hospedeiras com o fotoperíodo e com a temperatura média. Além disto, os insetos herbívoros mostraram relações positivas com a riqueza de plantas em flor e com ao volume total de capítulos produzidos pelas plantas. O segundo capítulo testou três hipóteses sobre determinantes locais de riqueza de insetos endófagos de capítulos associados às espécies de hospedeiras. A análise de rota mostrou que o número total de amostras e o número de hospedeiras co-tribais que coocorrem no local (o inverso do chamado isolamento taxonômico) foram os principais fatores explicativos da riqueza de endófagos. Ao contrário, a abundância de capítulos e o tempo de floração de cada espécie de Asteraceae não tiveram relação significativa com a riqueza de endófagos. A riqueza de endófagos, após ser corrigida para abundância por curvas de rarefação, teve uma relação marginalmente significativa com o número total de capítulos disponível em cada período.. Isto pode ter ocorrido devido à alta especialização da comunidade de insetos endófagos. Cerca de 66% das espécies de endófagos exploram hospedeiras de apenas uma tribo de Asteraceae. Provavelmente. a riqueza de endófagos de capítulos é determinada pela abundância de capítulos, quando observadas as hospedeiras dentro uma mesma tribo. Palavras chave: Fenologia vegetal, Mogi Guaçu (SP) - Cerrados - Reservas biológicas, Agromyzidae

ASSUNTO(S)

reservas biologicas agromyzidae fenologia vegetal

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