Fazer-se herdeiro: A transmissão psíquica entre gerações.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A presente dissertação resulta das inquietações clínicas, que, encontram no tema da transmissão psíquica geracional, especialmente em sua dimensão de negatividade, um valoroso aporte. Há uma busca pela compreensão de como alguém se apropria da herança deixada pelas gerações precedentes, numa perspectiva de que se fazer herdeiro é ser capaz de remanejar o legado para pertencer, de maneira própria e singular, a uma genealogia. A fim de que seja alcançado tal objetivo, percorrem-se os caminhos da história do tema, iniciando-se com os impasses clínicos, passando-se por Freud e pelos autores que se dedicaram ao estudo do assunto. Em seguida, investigam-se os enlaces da temática com a constituição do sujeito, trilhando as veredas de interface entre a história e a filiação. Faz-se também uma distinção entre duas formas de transmissão psíquica: a intergeracional e a transgeracional. Para a compreensão da metapsicologia envolvida na transmissão psíquica, inclui-se nesta pesquisa uma discussão acerca da negatividade da transmissão e dos conceitos de identificação, repetição, introjeção e incorporação. Por meio de casos clínicos e da análise de duas produções culturais filmes e livro , introduz-se a abordagem da transmissão do não-dito, tanto em sua dimensão de proibido de dizer quanto de indizível. Esta última entendida como fruto de uma impossibilidade de representação. Ressalte-se que, ao longo do trabalho, o conceito de representação aparece contraposto ao de apresentação, sendo o primeiro entendido aqui como sinônimo de simbolização, e o segundo, como a repetição de algo que se dá a ver sem ser simbolizado. A dissertação pretende, ainda, frisar a relevância do estudo do tema para a ampliação da escuta por parte do analista, não apenas na modalidade de análise familiar seu berço mas, principalmente, na de análise individual. Potencializada pela temática da transmissão psíquica geracional, a escuta analítica vem a possibilitar intervenções no sentido de interromper uma repetição que atravessa gerações e não permite a diferenciação de tempo e de posições.

ASSUNTO(S)

não-dito constituição do sujeito negatividade escuta hereditariedade humana transmissão psíquica intrapsíquico e intersubjetivo intergeracional e transgeracional psicanalise ciências humanas

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