Fatores que influenciam a compra o preparo e consumo de peixe por famílias em Mato Grosso do Sul

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/04/2006

RESUMO

A existência de fatores que influenciam o comportamento da família quanto a decisão de compra; preparo e de consumo da carne de peixe são tarefas de compreensão complexas; porque leva a percorrer caminhos pouco desconhecidos. Esta complexidade ocorre em razão da alimentação ser fortemente influenciada por fatores psicobiológicos e culturais. O estudo do comportamento de grupos familiares sobre a alimentação com peixe parece impor uma metodologia diferenciada para sua investigação; ao ser estruturada em etapas estanques; nas modalidades: compra; preparo e consumo. Entretanto; há interação entre eles mediante processos biológicos; sociais e econômicos. Dessa forma a decisão compra do peixe parece ocorrer em condições de mercado; envolvendo o contexto em que acontece o consumo. Isto significa mostrar que nele estão incorporadas as características pessoais do consumidor; tais como: o gosto; o cheiro; a textura; os nutrientes; sua imagem e a sua embalagem. Estão; também; incorporadas as características do contexto em si: a hora; o lugar; com quem; como; com o quê. O preparo do peixe pelas famílias opera-se sob as condições impostas pelas regras do sistema alimentar culturalmente aceitas pela sociedade. O consumo do peixe pelas famílias sofre influência dos grupos de referência e de aspectos que envolvem as preocupações com a saúde e com o prazer em se alimentar. Problemas sanitários como os casos que envolveram os tipos de carnes bovina; suína e; mais recentemente; a de frango poderiam levar os consumidores a considerar o peixe como uma fonte alternativa e segura de ingestão de proteína animal. Neste sentido; a carne de peixe acaba por ser um alimento extremamente funcional; pois; além de repor os nutrientes 12 necessários à manutenção da vida e contribuir para redução de problemas cardíacos e de obesidade ainda possui um sabor agradável. Apesar do forte apelo em considerar a carne de peixe como um alimento saudável; o seu consumo efetivo opera em níveis extremamente baixos; no Brasil; o consumo de 6.5 kg/ano per capita está bem abaixo dos 12 kg/ano per capita recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nas últimas décadas; há estudos que se propuseram a mensurar e analisar o comportamento de consumo de peixe pelas famílias e pesquisadores de diversas áreas se lançaram neste desafio de examinar fatores que influenciam o comportamento de grupos familiares na decisão de compra; preparo e consumo da carne de peixe. Dados da FAO/ONU (2003) a demanda per capita de consumo de peixe no mundo aumentou de 13.8 kg/ano; em 1990; para 15.9 kg/ano; em 2000; o crescimento foi maior na Ásia; de 12.6 kg/ano para 17.3 kg/ano per capita; crescimento menor ocorreu na Europa de 20.1 kg/ano para 20.4 kg/ano per capita. Na América do Norte; foi negativo de 17.9 kg/ano para 17.1 kg/ano per capita. Para a América Latina; os dados indicam um consumo per capita de 9.0 kg/ano. Na pesquisa realizada por Olsen (2003); os resultados apontaram que os apelos sensoriais da atitude para saúde se mostraram robustos para explicar o consumo de frutos do mar. Em Myrland et al. (2000); o cheiro durante o preparo foi considerado; pelos mais jovens; uma importante barreira ao consumo de frutos do mar. Por outro; lado pessoas mais velhas tenderam a não considerar o cheiro como desagradável durante o preparo. Smith (1995) afirmou que o peixe foi claramente a carne menos popular na dieta alimentar dos idosos; apenas 20% do total das proteínas consumidas vinham do peixe. A pesquisa realizada por Verbeke e Vackier (2005) aponta que a presença de adolescente maior que 12 anos na família tem um efeito negativo indireto no consumo de peixe e frutos do mar; pois não apreciam o 13 cheiro. Trondsen; Braaten e Eggen (2004) afirmam que as mulheres têm uma atitude favorável ao peixe em função dos benefícios proporcionados à saúde. Entretanto; ressalta-se que os meios de comunicação de massa como a televisão dá ênfase em publicidades centradas em estudos que contemplam os aspectos nutricionais do peixe e suas influências no organismo humano. Já estudos que buscam compreender influências tanto sociais como econômicas do consumo de peixe se restringiram às discussões acadêmicas e governamentais. No Estado de Mato Grosso do Sul há estudos realizados que mostram o processo da cadeia produtiva do peixe e suas limitações no campo do efetivo mercado de venda. Esta é uma das razões que suscitou esta pesquisa sobre os fatores que influenciam a decisão do consumidor de peixe. Empresas que atuam no setor de carne de peixe carecem de informações sobre o comportamento do consumidor de peixe. Pois informações estritamente biológicas parecem não ser suficientes para elaboração de campanhas publicitárias que possam seduzi-lo. Assim justifica-se o estudo do problema e sua importância.

ASSUNTO(S)

peixe consumidor - comportamento fatores de decisão ciencias agrarias

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