Fatores prognosticos clinicos e anatomopatologicos em tumores de lingua oral e assoalho de boca : analise de sobrevida e recidiva tumoral

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

Foram estudados retrospectivamente, de janeiro de 1983 a janeiro de 1999, 49 pacientes com carcinomas epidermóides localizados em língua oral e em assoalho de boca, com a finalidade de correlacionar os fatores clínicos e anatomopatológicos com a sobrevida e as recidivas locais e regionais. Os fatores clínicos analisados foram : sexo, idade, tabagismo, etilismo, TNM, tipo de lesão e localização do tumor primário. Os fatores anatomopatológicos analisados foram: grau de diferenciação celular, invasão vascular, invasão perineural, infiltrado inflamatório peritumoral, espessura tumoral, margens cirúrgicas, número de linfonodos e extensão extra-capsular. Os métodos estatísticos utilizados foram: Fisher, qui-quadrado, Kaplan-Meier e Anova. Dentre os fatores clínicos estudados os resultados mostraram que o etilismo, apresentou uma tendência a influenciar a sobrevida destes pacientes (p=0,06). No estádio clínico, o TNM apresentou uma influência sobre as recidivas locais (p=0,04). Os outros fatores estudados não apresentaram influência sobre o prognóstico. Dentre os fatores anatomopatológicos estudados foi significativa a relação entre a sobrevida e a recidiva regional na análise da espessura tumoral em pacientes com espessura acima de 4 mm (p=0,04 ); também foi significativa a relação entre a sobrevida e o número de linfonodos positivos em pacientes que tinham mais de um linfonodo positivo (p=0,02). Do mesmo modo foi significativa a relação entre a invasão perineural e as recidivas locais (p=0,04). Os outros fatores anatomopatológicos analisados não foram significativos com relação a sobrevida, recidiva local e regional. Os resultados finais, em seguimento médio de 23,9 meses ,mostram uma sobrevida de 59,1% (29pacientes ), sendo que 25 pacientes (51%) estão vivos e sem doença, quatro pacientes (8,1% ) estão vivos e com doença e cinco pacientes (10,2%) perderam o seguimento. Nove pacientes (18,3%) tiveram recidivas locais e sete pacientes (14,2%) tiveram recidivas regionais. A freqüência de óbito por doença foi de 30,6% (15 pacientes). Concluímos que a análise multivariada da grande maioria dos fatores prognósticos não foi capaz de predizer estatisticamente seu valor na influência prognóstica das lesões na língua oral e no assoalho da boca , contradizendo alguns dados descritos na literatura. Em relação aos fatores anátomo patológicos há concordância com a literatura em alguns de nossos resultados, pois a espessura tumoral bem como o número de linfonodos positivos encontrados podem predizer uma recidiva da doença local e regional e influenciar a sobrevida

ASSUNTO(S)

cancer prognostico lingua

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