Fatores predisponentes do volume residual gástrico após preparo expresso com manitol
AUTOR(ES)
BRITO, Hélcio Pedrosa; SUGAI, Beatriz; CHAVES, Filipe Tomishige; IDE, Edson; RODRIGUES, Rodrigo A; CHAVES, Dalton Marques
FONTE
Arq. Gastroenterol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2021-06
RESUMO
RESUMO CONTEXTO: O preparo intestinal com manitol é um método bem estabelecido no Brasil. No entanto, os fatores que interferem no tempo de esvaziamento gástrico ainda não são conhecidos. O conhecimento desses fatores pode favorecer a logística de agendamento do exame e a orientação individualizada para cada paciente. OBJETIVO: Estudar os fatores que podem contribuir para o tempo de esvaziamento gástrico após o preparo intestinal com manitol expresso. MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional prospectivo com o objetivo de conhecer os seguintes fatores que podem contribuir no tempo de esvaziamento gástrico: tipo de dieta predominante, comorbidades, uso de medicamentos, cirurgias anteriores, número de evacuações por semana, portador de obstipação intestinal, tipo fecal, tipo de dieta, número de evacuações após o uso domiciliar de bisacodil antes da ingestão de manitol e número de evacuações após a ingestão de manitol até atingir o preparo intestinal adequado. Antes de iniciar o preparo intestinal, os pacientes responderam a um questionário clínico. O endoscópio foi introduzido para aspirar o conteúdo gástrico, antes de iniciar a colonoscopia. RESULTADOS: A amostra foi composta por 103 pacientes, sendo 55 mulheres, com média de idade de 61 anos, peso médio de 75,3 kg, altura média de 1,7 m e IMC médio de 26,6 kg/m2. O volume residual gástrico médio medido foi 120,9 (0-900) mL. Volume residual gástrico inferior a 100 mL (VRG ≤100 mL) foi encontrado em 45 (43,6%) pacientes, sendo 24 (53,3%) mulheres, com média de idade de 61,0 anos e IMC médio de 26,7 kg/m2. Volume residual gástrico acima de 100 mL (VRG >100 mL) ocorreu em 58 (56,3%) pacientes, sendo 29 (50%) mulheres, com idade média de 61,0 anos e IMC médio de 26,2 kg/m2. Comparando os dois grupos, notou-se que o tempo médio de jejum após a ingestão de manitol foi significativamente maior no grupo com VRG ≤100 mL do que no grupo com VRG> 100 mL, 123,1 (60-246) vs 95,3 (55-195) minutos, respectivamente. Também houve significância estatística em relação ao uso de ezetimiba 6 (13,7%), sendo maior no grupo com VRG ≤100 mL. Além disso, houve significância estatística no grupo com VRG >100 mL quanto ao uso de paroxetina 3 (6,7%) e tadalafil 3 (6,7%) e história cirúrgica de prostatectomia 3 (6,7%) e retirada de bridas 3 (6,7%). CONCLUSÃO: Podemos concluir neste estudo que o uso de ezetimiba e o jejum acima de 2 horas após a ingestão de manitol diminuem significativamente a incidência de um VRG> 100 mL. O uso de paroxetina, tadalafil e história cirúrgica de prostatectomia ou retirada de bridas podem contribuir para o aumento da incidência de um VRG >100 mL.
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