FATORES IDENTIFICADOS DURANTE O PERÍODO PRÉ-NATAL E PERINATAL ASSOCIADOS COM O RISCO DE PARALISIA CEREBRAL EM PREMATUROS.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A prematuridade pode estar associado a fatores e eventos intrínsecos (biológicos) e extrínsecos (ambientais), que podem contribuir para que um bebê apresente ou venha a desenvolver problemas e complicações neuromotoras, como a paralisia cerebral (PC). A PC representa um grave problema de saúde pública, visto que interfere na qualidade de vida de seus portadores, provocando sérias limitações sensório-motoras. Objetivo: Estudar os fatores de risco para paralisia cerebral no período pré-natal, perinatal e neonatal de crianças que nasceram de parto prematuro. Método: Foram estudadas 48 crianças, sendo 20 prematuras e 28 nascidas a termo, numa faixa etária de quatro a oito meses de idade cronológica, no período de junho a outubro de 2008. A pesquisa foi realizada no Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), utilizando como instrumentos de pesquisa, um formulário semiestruturado para identificar os condições sócio-demográficas e fatores maternosobstétricos, e a Escala de Avaliação do Desenvolvimento Neuro-Sensório-Motor do Bebê de Risco para identificação de alterações neuromotoras. Para a análise e interpretação dos dados estatísticos foi usado o Teste t student para as amostras independentes, e para as nominais, o Teste Qui-Quadrado, o Teste Exato de Fisher ou o Teste V de Cramer. Nas comparações, utilizaram-se testes bilaterais, onde o valor do nível de significância adotado no presente estudo foi de = 0,05. O valor de p-valor foi considerado estatisticamente significativo quando iguais ou menores que 0,05. Resultados e Discussão: Nesse estudo foi evidenciado que a média de idade gestacional entre os casos foi de 32,95 semanas e entre os controles 38,50 semanas. O peso e a altura dos bebês entre os casos foram de 2,31kg e 44,00cm respectivamente enquanto nos controles a média foi de 3,29kg e 49,39cm. Os bebês considerados pequenos para a idade gestacional foram observados apenas entre os casos (35,0%). Quanto às morbidades neonatais estudadas a hiperbilirrubinemia foi imperativa entre os casos surgindo com 60,0% e em apenas 3,6% dos controles. A Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR) foi presente apenas nos casos (55,0%), e igual condição foi observada para a hemorragia periventricular (HPV), também freqüente apenas entre os casos (20,0%). A média de abortos anteriores entre os casos foi de 0,75 e entre os controles 0,39. Entre aqueles que nasceram precocemente, 50,0% deles apresentam alterações no desenvolvimento no neuromotor contra apenas 14,3% dos controles. As manifestações de distúrbios nas categorias sensório-motoras avaliadas (tônus, reação postural, reflexos primitivos e CSMP) foram compreendidas como mais freqüentes e sugestivas de lesão neurológica entre os bebês prematuros, e eminentemente significativos. A idade materna apresentou uma variação de 32,5 e 28,3 anos para os casos e controles, respectivamente. A freqüência média de consultas pré-natais para os casos foi de 5,65 e para os controles 7,43. Conclusão: Comparando os exames neurológicos dos casos e controles houve uma maior freqüência de alterações entre os prematuros do que os nascidos a termo. Os fatores maternos e neonatais, identificados como de risco para o desenvolvimento de paralisia cerebral, dos períodos: pré-natal e perinatal foram mais prevalentes entre os prematuros. As condições sócio-populacionais têm um impacto significativo podendo afetar de forma negativa o desenvolvimento do prematuro.

ASSUNTO(S)

fator de risco saude publica brain paralysis paralisia cerebral desenvolvimento neuro-motor. prematurity factor of risk neuro-motor development. prematuridade

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