Fatores de risco para neoplasia intra-epitelial cervical em pacientes submetidos à avaliaÃÃo morfolÃgica e pesquisa de DNA-HPV

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Apesar da possibilidade do diagnÃstico das lesÃes precursoras â neoplasias intraepiteliais cervicais (NIC) â o cÃncer cervical invasivo ainda representa problema de saÃde pÃblica. Na Ãltima dÃcada, a maior descoberta sobre a etiologia da carcinogÃnese humana foi o reconhecimento de que o carcinoma cervical à uma rara conseqÃÃncia da infecÃÃo persistente por tipos oncogÃnicos de Papilomavirus humano (HPV). O desconhecimento da magnitude da associaÃÃo entre HPV e NIC, numa regiÃo com elevada incidÃncia da expressÃo clÃnica da infecÃÃo, motivou esta pesquisa. Com o objetivo principal de identificar os fatores de risco para NIC, realizou-se estudo tipo caso-controle, no qual foram incluÃdas 132 portadoras de NIC (casos) e 96 pacientes com colo normal (controles), atendidas no Setor de Colposcopia do Hospital das ClÃnicas da Universidade Federal de Pernambuco, no perÃodo de novembro de 2001 a agosto de 2002. O estudo teve aprovaÃÃo do Comità de Ãtica em Pesquisa da InstituiÃÃo onde foi realizado. Os possÃveis fatores de risco para NIC foram investigados por meio de formulÃrio padronizado, aplicado a todas as pacientes, para pesquisa de idade, estado civil, grau de instruÃÃo, idade ao primeiro coito, nÃmero de gestaÃÃes, nÃmero de parceiros sexuais, mÃtodo contraceptivo utilizado, referÃncia de DST anterior, soropositividade para HIV e tabagismo. Seguiram-se coletas de material para colpocitologia oncÃtica e para pesquisa de HPV por PCR-RFLP com primers consensus MY09/MY11, exame colposcÃpico e biÃpsia com exame histopatolÃgico, nos casos indicados. Para anÃlise estatÃstica de associaÃÃo de NIC com os fatores de risco, utilizaram-se o Odds Ratio com intervalo de confianÃa e os testes qui quadrado e Fisher, ao nÃvel de significÃncia de 0,05. Para ajuste do efeito de cada uma das variÃveis pelas demais, empregou-se a regressÃo logÃstica pelo modelo backwards, testado com significÃncia expressa pelo valor de p com grau de mÃxima verossimilhanÃa. Para anÃlise de concordÃncia, aplicou-se o teste Kappa. No modelo final de regressÃo mÃltipla, permaneceram as seguintes variÃveis: a infecÃÃo por HPV de alto risco oncogÃnico (OR=12,32 IC95% 3,79-40,08), referÃncia de DST anterior (OR=8,23 IC95% 2,82-24,04), idade ao primeiro coito (OR=4,00 IC95% 1,70-9,39) e tabagismo (OR=3,94 IC95% 1,73-8,98). A soropositividade para HIV comportou-se como fator de proteÃÃo para NIC (OR=0,04 IC95% 0,01-0,13). Dentre as 78 amostras com positividade para HPV por PCR-RFLP, houve predomÃnio de HPV16 ou variante 16 (46,9% do grupo caso), com maior freqÃÃncia nas pacientes portadoras de lesÃes de alto grau. A anÃlise dos aspectos morfolÃgicos no diagnÃstico da infecÃÃo cervical por HPV demonstrou que a colposcopia apresentou boa concordÃncia com o exame histopatolÃgico, em presenÃa de positividade de DNA-HPV. Dentre os achados colposcÃpicos mais relevantes para o diagnÃstico de lesÃes cervicais de alto grau e positividade de HPV, destacaram-se o epitÃlio acetobranco acentuado e mosaico Ãspero. Considerando os fatores de risco identificados no presente trabalho, concluiu-se que deve haver programas de rastreamento dos grupos com maior probabilidade de desenvolver NIC, por colpocitologia, colposcopia e histopatologia, associadas, quando possÃvel, à biologia molecular, prevenindo o surgimento do cÃncer invasor

ASSUNTO(S)

neoplasia intra-epitelial cervical cervical intraepithelial neoplasia fatores de risco citodiagnÃstico cervical medicina infecÃÃo por papillomavirus humano cervical citodiagnosis risk factors human papillomavirus

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