Fatores de risco para morbimortalidade precoce em recém-nascidos com obstrução duodenal congênita intrínseca: uma análise multivariada
AUTOR(ES)
Bernardo Almeida Campos
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
08/08/2011
RESUMO
O objetivo deste estudo foi identificar fatores de risco para morbimortalidade precoce em recém-nascidos com obstrução duodenal congênita intrínseca. Realizou-se uma coorte retrospectiva de todos os neonatos com obstrução duodenal congênita intrínseca operados no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Os dados foram analisados pelos métodos de regressão de Cox e de regressão logística. Entre 1983 e 2007, 56 crianças com obstrução duodenal congênita intrínseca foram operadas, 47 delas no período neonatal, constituindo a amostra deste estudo. Houve 10(21,3%) óbitos. Recémnascidos com peso ao nascimento muito baixo (<1500g) apresentaram um risco de óbito sete vezes maior do que crianças com peso ao nascimento >1500g e 14 vezes maior do que os neonatos com peso >2500g. O diagnóstico pré-natal da obstrução duodenal associou-se ao parto no HC-UFMG (p=0,001) e à operação mais precoce (p=0,002), reduzindo em 4 vezes o risco de complicações nutricionais e digestivas. Recém-nascidos com cardiopatia congênita apresentaram um risco de complicações cardiovasculares 38 vezes maior. A freqüência de cardiopatia foi significativamente maior em crianças com síndrome de Down (p=0,001). Isoladamente, a síndrome de Down não aumentou a morbidez ou a mortalidade em recém-nascidos com obstrução duodenal congênita intrínseca. Crianças com escore de Apgar abaixo de sete pontos no primeiro minuto de vida apresentaram um risco de complicações ventilatórias 13 vezes maior. Escores de Apgar reduzidos e o peso muito baixo ao nascimento (<1500g) são fatores de risco conhecidos no período neonatal, e também aumentaram a morbimortalidade nesta amostra de recém-nascidos com obstrução duodenal congênita intrínseca. O diagnóstico pré-natal da obstrução duodenal não influenciou a mortalidade, mas permitiu que tanto a admissão quanto a operação fossem mais precoces, reduzindo a frequência de complicações digestivas e nutricionais. O prognóstico de recém-nascidos com obstrução duodenal congênita intrínseca associada à síndrome de Down, sem cardiopatia, foi semelhante ao de crianças sem a trissomia.
ASSUNTO(S)
tese da faculdade de medicina da ufmg dissertações acadêmicas decs mortalidade. recém-nascido obstrução duodenal/congênita decs síndrome de down decs mortalidade decs cuidado pré-natal decs morbidade decs análise multivariada decs diagnóstico pré-natal decs
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8R2NMDDocumentos Relacionados
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