Fatores de risco para metástases em linfonodos não-sentinela com câncer de mama e linfonodo sentinela positivo
AUTOR(ES)
Henrique Silva Bartels
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
INTRODUÇÃO: Atualmente, recomenda-se a realização de esvaziamento axilar (EA) quando o linfonodo sentinela (LS) apresenta metástases de câncer de mama. Entretanto, 40 a 70% das pacientes com biópsia de linfonodo sentinela (BLS) positiva não apresentam metástases nos linfonodos não-sentinela e o EA tem sido questionado nestes casos. OBJETIVOS: Os objetivos de nosso estudo foram avaliar os fatores de risco para ocorrência de metástases em linfonodos não-sentinela em pacientes com LS positivo e propor um modelo matemático (nomograma) para predição do risco de acometimento dos linfonodos não-sentinela no EA nestas pacientes. PACIENTES E MÉTODOS: Foram analisadas 326 pacientes com câncer de mama e BLS positiva divididas em dois grupos de acordo com o acometimento de linfonodos não-sentinela no EA: pacientes com todos linfonodos não-sentinela negativos e pacientes com pelo menos um linfonodo não-sentinela positivo. Características clínicas das pacientes e anatomopatológicas dos tumores primários (tamanho tumoral, tipo e grau histológico, índice mitótico, grau nuclear, invasão de vasos sanguíneos e linfáticos, status dos receptores de estrógeno e progesterona) e dos LS (número de LS positivos e negativos, método de detecção da metástase e tamanho da maior metástase) foram coletados. Os dados foram submetidos às análises uni e multivariada com regressão logística, seguidas da construção de um modelo matemático (nomograma) para predição do risco de acometimento dos linfonodos não-sentinela no EA em pacientes com BLS positiva. A acurácia do nomograma proposto foi medida através da área (AUC) sob a curva de características operacionais de recepção (curva ROC). RESULTADOS: As análises uni e multivariada identificaram os seguintes fatores de risco para acometimento de linfonodos não-sentinela com os respectivos valores de p: tamanho da maior metástase do LS (p<0,001; p=0,002), número de LS positivos (p=0,006; p=0,04) e número de LS negativos (p=0,01; p=0,004). A invasão de vasos linfáticos apresentou níveis significância próximos (p=0,075, p=0,085) àquele considerado estatisticamente significativo e também foi incluída no nomograma. O nomograma apresentou acurácia de 70% (AUC=0,70). CONCLUSÕES: Nossos dados mostraram que o tamanho da maior metástase do LS e o número de LS positivos e negativos parecem ser fatores de risco preditivos para o acometimento metastático de linfonodos não-sentinela em pacientes com BLS positiva. Sugerimos incluir estes dados nos laudos patológicos do LS. Nosso nomograma, similar a outros modelos disponíveis na literatura, pode representar uma ferramenta adicional para ajudar médicos e pacientes na decisão de realizar ou não EA em pacientes com BLS positiva.
ASSUNTO(S)
metástase neoplásica decs linfonodos decs nomogramas decs mamas câncer teses. dissertações acadêmicas decs análise multivariada decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg. neoplasias da mama decs fatores de risco decs biópsia de linfonodo sentinela decs
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/ECJS-85BN9CDocumentos Relacionados
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