Fatores de risco para disfunção transitória da troca gasosa após a cirurgia cardíaca
AUTOR(ES)
Rodrigues, Cristiane Delgado Alves, Moreira, Marcos Mello, Lima, Núbia Maria Freire Vieira, Figueirêdo, Luciana Castilho de, Falcão, Antônio Luis Eiras, Petrucci Junior, Orlando, Dragosavac, Desanka
FONTE
Braz. J. Cardiovasc. Surg.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-02
RESUMO
Objetivo: Estudo de coorte retrospectivo com objetivo de verificar a presença de disfunção transitória da troca gasosa no pós-operatório de cirurgia cardíaca e determinar se esse transtorno está relacionado a eventos cardiorrespiratórios. Métodos: Foram incluídos 942 pacientes consecutivos submetidos à cirurgia cardíaca e procedimentos cardíacos, encaminhados para a Unidade de Terapia Intensiva, entre junho de 2007 e novembro de 2011. Resultados: A síndrome do desconforto respiratório agudo foi observada em 15 (2%) pacientes, 199 (27,75%) pacientes apresentaram disfunção transitória da troca gasosa leve, disfunção transitória da troca gasosa moderada foi observada em 402 (56,1%) pacientes e disfunção transitória da troca gasosa grave em 39 (5,4%). A presença de hipertensão arterial sistêmica e choque cardiogênico foi associada ao surgimento de disfunção transitória da troca gasosa moderada no período pós-operatório (P=0,02 e P=0,019, respectivamente) e foram considerados fatores de risco para essa disfunção (P=0,0023 e P=0,0017, respectivamente). A presença de diabetes mellitus também foi considerada um fator de risco para disfunção transitória da troca gasosa (P=0,03). Houve correlação entre a presença de pneumonia e a presença de disfunção transitória da troca gasosa moderada em 8,9% dos casos (P=0,001). A presença de disfunção transitória da troca gasosa grave foi associada a pacientes que necessitaram de hemodiálise (P=0,0005), hemoterapia (P=0,0001), nutrição enteral (P=0,0012), ou arritmia cardíaca (P=0,0451). Conclusão: A presença de hipertensão arterial sistêmica pré-operatória e choque cardiogênico foi associada à ocorrência de disfunção transitória da troca gasosa pós-operatória. Os fatores de risco pré-operatórios foram hipertensão arterial sistêmica, choque cardiogênico e diabetes. No pós-operatório, pneumonia, pneumonia associada à ventilação, hemodiálise, hemoterapia e arritmia cardíaca foram associadas com certo grau de disfunção transitória da troca gasosa, que foi fator de risco para reintubação, pneumonia, pneumonia associada à ventilação e hemodiálise no pós-operatório de cirurgia cardíaca.
ASSUNTO(S)
cirurgia torácica complicações pós-operatórias fatores de risco unidades de terapia intensiva
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