Fatores de risco para disfunção transitória da troca gasosa após a cirurgia cardíaca

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Cardiovasc. Surg.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-02

RESUMO

Objetivo: Estudo de coorte retrospectivo com objetivo de verificar a presença de disfunção transitória da troca gasosa no pós-operatório de cirurgia cardíaca e determinar se esse transtorno está relacionado a eventos cardiorrespiratórios. Métodos: Foram incluídos 942 pacientes consecutivos submetidos à cirurgia cardíaca e procedimentos cardíacos, encaminhados para a Unidade de Terapia Intensiva, entre junho de 2007 e novembro de 2011. Resultados: A síndrome do desconforto respiratório agudo foi observada em 15 (2%) pacientes, 199 (27,75%) pacientes apresentaram disfunção transitória da troca gasosa leve, disfunção transitória da troca gasosa moderada foi observada em 402 (56,1%) pacientes e disfunção transitória da troca gasosa grave em 39 (5,4%). A presença de hipertensão arterial sistêmica e choque cardiogênico foi associada ao surgimento de disfunção transitória da troca gasosa moderada no período pós-operatório (P=0,02 e P=0,019, respectivamente) e foram considerados fatores de risco para essa disfunção (P=0,0023 e P=0,0017, respectivamente). A presença de diabetes mellitus também foi considerada um fator de risco para disfunção transitória da troca gasosa (P=0,03). Houve correlação entre a presença de pneumonia e a presença de disfunção transitória da troca gasosa moderada em 8,9% dos casos (P=0,001). A presença de disfunção transitória da troca gasosa grave foi associada a pacientes que necessitaram de hemodiálise (P=0,0005), hemoterapia (P=0,0001), nutrição enteral (P=0,0012), ou arritmia cardíaca (P=0,0451). Conclusão: A presença de hipertensão arterial sistêmica pré-operatória e choque cardiogênico foi associada à ocorrência de disfunção transitória da troca gasosa pós-operatória. Os fatores de risco pré-operatórios foram hipertensão arterial sistêmica, choque cardiogênico e diabetes. No pós-operatório, pneumonia, pneumonia associada à ventilação, hemodiálise, hemoterapia e arritmia cardíaca foram associadas com certo grau de disfunção transitória da troca gasosa, que foi fator de risco para reintubação, pneumonia, pneumonia associada à ventilação e hemodiálise no pós-operatório de cirurgia cardíaca.

ASSUNTO(S)

cirurgia torácica complicações pós-operatórias fatores de risco unidades de terapia intensiva

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