Fatores condicionantes da gestão de custos interorganizacionais na cadeia de valor de hospitais privados no Brasil: uma abordagem à luz da Teoria da Contingência / Condictioning factors of interorganizational cost management in value chain of private hospitals in Brazil: a approach from perspective of contingency theory

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Este estudo tem como objetivo investigar e identificar, sob a perspectiva da Teoria da Contingência, os fatores ou circunstâncias que favorecem ou inibem a prática da Gestão de Custos Interorganizacionais (GCI) por parte de hospitais privados no Brasil. Como estratégia de pesquisa, utilizou-se de levantamento, por meio de questionário estruturado, aplicado a uma população de 40 hospitais privados brasileiros. Os dados foram analisados basicamente por meio de recursos da estatística descritiva com cálculos de médias, desvios padrão, mediana, moda e distribuição de frequência. A pesquisa não identificou nenhum novo fator capaz de inibir ou favorecer a GCI que seja configurado como específico do setor hospitalar. Entretanto, alguns fatores condicionantes, reportados na literatura, não se aplicam ou não fazem sentido no setor hospitalar. A análise dos dados revelou que, sob a perspectiva dos hospitais pesquisados, os fatores tipo de cadeia, confiança dos planos de saúde e expectativa de divisão de benefícios econômicos com planos de saúde são inibidores da GCI. Todos os demais fatores investigados sob a mesma perspectiva podem ser considerados favoráveis à GCI. A pesquisa identificou algumas ações realizadas pelos hospitais junto a fornecedores e/ou planos de saúde que se configuram como práticas de GCI, a saber: compras consignadas, compras programadas, e empacotamento de serviços. No tocante à gestão de processos ou atividades, tais como cirurgias, processamento de roupas, esterilização de materiais, exames, etc., nenhuma evidência foi encontrada a respeito da GCI. Os achados permitem afirmar que os hospitais pesquisados confiam mais em seus fornecedores do que nas operadoras de planos de saúde. Em se tratando de cooperação para resolução dos problemas que surgem no dia a dia dos negócios, sob a ótica dos hospitais, os fornecedores estão mais dispostos a cooperar do que os planos de saúde. Os hospitais percebem também que os fornecedores estão mais dispostos a comprometer-se no sentido de manter o relacionamento por longo prazo do que os planos de saúde. No que diz respeito à divisão justa de benefícios econômicos advindos de uma possível parceria com foco na gestão conjunta de custos, na percepção dos hospitais, as expectativas maiores recaem sobre seus fornecedores. Os dados também demonstram que os hospitais percebem seu relacionamento com fornecedores mais estável e maduro do que o relacionamento com os planos de saúde. Corroborando evidências empíricas de pesquisas anteriores, os dados parecem apontar também para uma possível dependência financeira dos hospitais em relação às operadoras de planos de saúde.

ASSUNTO(S)

administração estratégica de custo contabilidade gerencial hospitais privados management accounting private hospitals strategic cost management

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