Fatores associados ao risco de isquemia subendocárdica em pacientes em hemodiálise
AUTOR(ES)
Silva, Bruno Caldin da, Sanjuan, Adriano, Costa-Hong, Valéria, Reis, Luciene dos, Graciolli, Fabiana, Consolim-Colombo, Fernanda, Bortolotto, Luiz Aparecido, Moyses, Rosa Maria Affonso, Elias, Rosilene Motta
FONTE
J. Bras. Nefrol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2016-09
RESUMO
Resumo Introdução: Distúrbios do metabolismo ósseo (DMO) e alterações da função vascular contribuem para a elevada mortalidade de pacientes em hemodiálise. A disfunção vascular, um novo marcador de aterosclerose, pode contribuir para este risco. Apesar de associada a aumento de mortalidade na população geral, a avaliação de tal disfunção ainda não foi realizada de modo amplo em pacientes em hemodiálise. Métodos: Neste estudo transversal, pacientes em hemodiálise foram submetidos à avaliação da vasodilatação mediada por fluxo, razão de viabilidade subendocárdica (RVSE) e índice de duração de ejeção, como estimativas de avaliação dos marcadores de DMO sobre disfunção vascular. Resultados: Uma coorte pareada com (n = 16) e sem (n = 11) hiperparatireoidismo secundário (HPTS) grave foi estudada. Adicionalmente, o tempo transcorrido do diagnóstico de HPTS grave também foi avaliado. Pacientes com HPTS grave apresentaram menores valores de RVSE e maiores valores de índice de duração de ejeção, apontando maior risco cardiovascular. Baixa RVSE também foi associada à pressão arterial diastólica (r = 0,435, p = 0,049), níveis séricos de 25-Vitamina D (r = 0,479, p = 0,028) e maior tempo transcorrido desde diagnóstico de HPTS grave, definido como tempo em que o paciente permaneceu com valores de paratormônio superiores a 500 pg/ml até realização de cirurgia de paratireoidectomia ou término do estudo (r = -0,642, p = 0,027). Em regressão logística stepwise entre RVSE e variáveis independentes, menor RVSE foi independentemente associado a menores valores de 25-Vitamina D (p = 0,005), sexo feminino (p = 0,012) e maior tempo transcorrido desde diagnóstico de HPTS grave (p = 0,001) em um modelo ajustado para idade, colesterol sérico e pressão arterial (r2 ajustado = 0,545, p = 0,001). Conclusão: A perfusão subendocárdica foi menor em pacientes com DMO, refletindo o maior risco cardiovascular nesta população. Investigações adicionais são necessárias para definir se a paratireoidectomia precoce no curso da doença renal crônica poderia interferir neste risco.
ASSUNTO(S)
diálise renal hiperparatideroidismo secundário sistema cardiovascular
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