Fatores associados ao diagnÃstico tardio da hansenÃase em 74 municÃpios endÃmicos do Estado do Tocantins. / Factors associated with late diagnosis of leprosy in 74 endemic municipalities in Tocantins state.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/03/2011

RESUMO

O diagnÃstico tardio da hansenÃase contribui para a continuidade da endemia, portanto o objetivo deste estudo foi caracterizar esse tipo de acometimento. Realizou-se um estudo transversal populacional, realizado em 74 municÃpios pertencentes ao estado do Tocantins do denominado cluster 1 da hansenÃase. Dos 1.635 casos novos notificados nos anos de 2006 a 2008, foi possÃvel incluir no estudo 936 (57,2%) indivÃduos afetados. A coleta de dados foi realizada atravÃs de aplicaÃÃo de questionÃrios estruturados. Os casos classificados como paucibacilares foram 53% e multibacilares 42%; 5% nÃo tiveram registro de classificaÃÃo operacional. Em total, 290 (31%) apresentaram forma clÃnica indeterminada, 156 (16,7%) tuberculÃide, 239 (25,5%) dimorfa, 91 (9,7%) virchowiana e 160 (17,1%) nÃo tinham registro de forma clÃnica no momento do diagnÃstico. Quatrocentos e setenta e um (50,3%) tiveram GI 0, 146 (15,6%) GI 1 e 28 (3%) GI 2 no momento do diagnÃstico. Foram utilizados dois indicadores para o diagnÃstico tardio: Grau de Incapacidade (GI) 2 no diagnÃstico (Modelo I) e formas clÃnicas da doenÃa consideradas tardias (tuberculÃide/virchowiana/dimorfa) (Modelo II). Em anÃlise bivariada, o atraso no diagnÃstico se mostrou associado com: sexo masculino (OR=2,46; IC 95%: 1,07-5,67), analfabetismo (OR=2,52; IC 95%: 1,17 - 5,45), forma clÃnica multibacilar (OR=11,38; IC 95%: 3,40-38,09), dificuldade relatada no percurso de casa para o serviÃo de saÃde (OR=3,06; IC 95%: 1,41-6,65) [Modelo I]; e analfabetismo (OR=1,82; IC 95%: 1,26-2,62), 1 ou 2 pessoas por domicÃlio (OR=1,60; IC 95%: 1,07-2,37), ter passado por mais de uma unidade de saÃde para diagnÃstico (OR=2,06; IC 95%: 1,32-3,22), uso de outros tratamentos antes da poliquimioterapia (OR=2,78; IC 95%: 1,92-4,02) e nÃo acreditar na cura (OR=2,74; IC 95%: 1,25-6,01) [Modelo II]. As seguintes variÃveis ficaram no modelo final da anÃlise multivariada: sexo masculino (OR=1,52; IC 95%: 0,61-3,78), analfabetismo (OR=1,97; IC 95%: 0,81-4,82), dificuldade relatada no percurso de casa para o serviÃo de saÃde (OR=1,99; IC 95%: 0,78-5,16) [Modelo I]; e analfabetismo (OR=1,10; IC=0,55-2,21), 1 ou 2 pessoas por domicÃlio (OR=1,11; IC 95%: 0,56-2,20), ter passado por mais de uma unidade de saÃde para diagnÃstico (OR=1,09; IC 95%: 0,54-2,20), uso de outros tratamentos antes da poliquimioterapia (OR=1,56; IC 95%: 0,88 - 2,77) e nÃo acreditar na cura (OR=1,12; IC 95%: 0,35-3,56) [Modelo II]. Os achados do presente estudo facilitam a identificaÃÃo de grupos vulnerÃveis podendo contribuir com a reduÃÃo do diagnÃstico tardio da hansenÃase.

ASSUNTO(S)

epidemiologia hansenÃase diagnÃstico tardio epidemiologia transmissÃo prevenÃÃo leprosy late diagnosis epidemiology transmission prevention

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