Fatores associados à tuberculose resistente no Espírito Santo, Brasil
AUTOR(ES)
Fregona, Geisa, Cosme, Lorrayne Belique, Moreira, Cláudia Maria Marques, Bussular, José Luis, Dettoni, Valdério do Valle, Dalcolmo, Margareth Pretti, Zandonade, Eliana, Maciel, Ethel Leonor Noia
FONTE
Rev. Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
27/04/2017
RESUMO
RESUMO OBJETIVO Analisar a prevalência e fatores associados à tuberculose resistente no Espírito Santo. MÉTODOS Estudo transversal dos casos de tuberculose testados para fármacos de primeira linha (isoniazida, rifampicina, pirazinamida, etambutol e estreptomicina) no Espírito Santo entre 2002 e 2012. Foram utilizados dados laboratoriais e de registro de casos de tuberculose – Sistema Nacional de Agravos de Notificação e Sistema para Tratamentos Especiais de Tuberculose. Os indivíduos foram classificados em resistentes e não resistentes, e comparados para variáveis sociodemográficas, clínicas e epidemiológicas. Algumas variáveis foram inclusas em um modelo de regressão logística para estabelecimento de fatores associados à resistência. RESULTADOS No período do estudo, 1.669 indivíduos tiveram o teste de sensibilidade aos fármacos antituberculose realizado. Destes, 10,6% apresentaram resistência a qualquer droga antituberculose. A taxa de multirresistência observada, isto é, à rifampicina e isoniazida, foi de 5%. Após a análise múltipla, foram identificados como fatores associados independentes para tuberculose resistente: história de tratamento prévio para tuberculose [Recidiva (OR = 7,72; IC95% 4,24–14,05) e reingresso após abandono (OR = 3,91; IC95% 1,81–8,43)], tabagismo (OR = 3,93; IC95% 1,98–7,79) e cultura positiva para Mycobacterium tuberculosis no momento da notificação do caso (OR = 3,22; IC95% 1,15–8,99). CONCLUSÕES É necessário o fortalecimento da parceria entre os programas de controle de tuberculose e as equipes de saúde que atuam na rede de Atenção Primária à Saúde. Isso possibilitaria identificar e acompanhar indivíduos com história de tratamento prévio para tuberculose e tabagismo. Além disso, a ampliação da oferta de cultura e Teste de Sensibilidade a fármacos antituberculose proporcionaria maior capacidade diagnóstica para as formas resistentes no Espírito Santo.
ASSUNTO(S)
tuberculose resistente a múltiplos medicamentos, epidemiologia farmacorresistência bacteriana múltipla recidiva fatores de risco fatores socioeconômicos
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