Fatores associados à soropositividade para Leishmaniose Visceral Canina no Município de Piraquê, Estado do Tocantins, Brasil. / Factors associated to Canine Visceral Leishmaniasis seropositivity in the Municipality of Piraquê, State of Tocantins, Brazil.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este estudo teve como objetivo conhecer a soroprevalência da Leishmaniose Visceral Canina (LVC) na zona urbana do Município de Piraquê, extremo Norte do Estado do Tocantins, bem como descrever a ocupação espacial da doença e identificar fatores relacionados ao animal e ao peridomícílio associados á soropositividade. No período de fevereiro a setembro de 2006 foi realizado um estudo transversal, abrangendo a população canina domiciliada na zona urbana do município. 140 amostras de soro foram obtidas através de visitas a 104 domicílios e a soropositividade foi avaliada através do teste ELISA e Imunofluorescência Indireta (IFI). O exame parasitológico foi realizado em 17 animais soropositivos eutanasiados, através da análise de imprints obtidos a partir de amostras de baço e corados por panótico rápido. Uma entrevista foi realizada em cada domicílio para obtenção de dados referentes a possíveis fatores associados, que foram analisados utilizando o teste Chi-quadrado para análise bivariada e regressão logística para análise multivariada. A soroprevalência observada foi de 35,3% (26,7%-44,8%), com casos distribuídos em 50% das quadras residenciais da cidade. Formas amastigotas foram observadas em amostras de baço de 13 animais. A pesquisa de fatores associados à soropositividade para LVC, através de análise bivariada, demonstrou associação positiva estatisticamente significativa entre as variáveis cão fora do domicílio no período das 18:00-22:00 horas (P=0,033) e o fato da matéria orgânica oriunda da limpeza do quintal ser depositada na rua (P=0,004). Associação negativa foi observada para a presença de laranjeiras no peridomicílio (P=0,037) e presença de mangueiras (P=0,040). Na análise multivariada permaneceram associadas a LVC, com 95% de confiança, o hábito de depositar a matéria orgânica do quintal na rua (OR=3,946) e a presença de laranjeiras no peridomicílio (OR=0,389) e o fato do cão permanecer com livre acesso a rua no período de 18h às 22h permaneceu no modelo de regressão logística com nível de significância de 10% (OR=2,962). Os resultados demonstram que uma enzootia se mantem na população canina do município indicando que a doença continua em expansão no Estado do Tocantins, possivelmente iniciando-se com a infecção canina e o acumulo de matéria orgânica no peridomicílio apresentou-se como possível fator determinante da LVC.

ASSUNTO(S)

medicina veterinaria canine visceral leishmaniasis tocantins. seroprevalence leishmaniose visceral canina soroprevalência

Documentos Relacionados