Fatores associados à Síndrome Metabólica em área rural de Minas Gerais

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A síndrome metabólica é reconhecida como um importante problema de Saúde Pública em todo o mundo, e está fortemente associada ao diabetes mellitus tipo 2 e às doenças cardiovasculares. Este estudo epidemiológico, observacional, transversal e de base populacional, foi conduzido com o objetivo de identificar os fatores associados à síndrome metabólica nas comunidades de Virgem das Graças e Caju, respectivamente, áreas rurais dos municípios de Ponto dos Volantes e Jequitinhonha, ambos localizados na região do Vale do Jequitinhonha, nordeste do Estado de Minas Gerais. A amostra foi constituída de 534 participantes de ambos os sexos, com idades entre 18 e 94 anos, dos quais foram coletadas informações sobre as características demográficas, do estilo de vida, antropométricas, bioquímicas e hemodinâmicas. As prevalências da síndrome metabólica e seus componentes foram estimados usando a definição modificada da National Cholesterol Education Program - Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III). A equação da distribuição binomial foi utilizada para avaliar a probabilidade de agregação dos componentes da síndrome metabólica. Um modelo multivariado foi construído usando a regressão de Poisson. A força de associação foi medida pela Razão de Prevalência (RP) e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%). O nível de significância estatística estabelecido foi de 5% (p<0,05). A síndrome metabólica foi diagnosticada em 14,9% (IC 95%: 11,9 - 18,4) dos participantes, e tinha uma prevalência estatisticamente maior entre as mulheres (23,3%, IC 95%: 18,1 - 29,1) em relação aos homens (6,5%, IC 95%: 3,8 - 10,3). Os componentes mais freqüentes da síndrome metabólica foram a hipertensão arterial e os baixos níveis de high density lipoprotein cholesterol (HDL-c). As combinações mais comuns de três componentes da síndrome metabólica foram: hiperglitrigliceridemia, baixos níveis de HDL-c e hipertensão arterial; obesidade abdominal, baixos níveis de HDL-c e hipertensão arterial. A agregação de três ou mais componentes da síndrome metabólica foi maior do que a esperada ao acaso. O sexo feminino (RP = 2,20; IC 95%: 1,33 - 3,62), a obesidade (IMC 30 kg/m2; RP = 3,03; IC 95%: 2,05 - 4,48), a proteína C-reativa 4º quartil (RP = 1,56; IC 95%: 1,05 - 2,31), o Homeostasis Model Assessment - Insulin Resistance 4º quartil (RP = 1,92; IC 95%: 1,28 - 2,88), a idade (RP = 7,06; IC 95%: 2,62 - 19,04 para a comparação entre participantes com 60 e mais anos e aqueles com 18 a 29 anos), e o consumo moderado de bebida alcoólica (3,1 a 20,0 gramas de etanol/dia; RP = 0,26; IC 95%: 0,09 - 0,73) permaneceram independentemente associados à síndrome metabólica, após a análise multivariada dos dados. Na população rural estudada, a síndrome metabólica é um problema de Saúde Pública. A obesidade, a resistência à insulina e a inflamação crônica subclínica permaneceram independentemente associados a esse desfecho. A definição da NCEP-ATP III é recomendável como critério de diagnóstico da síndrome metabólica, relativamente simples de ser usado na prática clínica e epidemiológica.

ASSUNTO(S)

resistência à insulina decs população rural decs estilo de vida decs enfermagem teses masculino decs brasil decs obesidade decs humanos decs doenças cardiovasculares decs hipertensao decs inflamação decs meia-idade decs síndrome x metabólica/epidemiologia decs diabetes mellitus tipo 2 decs síndrome x metabólica/complicações adulto decs idoso decs idoso de 80 anos ou mais decs feminino decs

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