Fatores associados à procura por serviços de saúde: diferenças entre mulheres e homens / Factors associated with seeking health services: differences between women and men

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/10/2012

RESUMO

Os valores da cultura masculina envolvem comportamentos de risco à saúde, sendo que a forma como os homens constroem e vivenciam a sua masculinidade torna-se uma das matrizes masculinas dos modos de adoecer e morrer. Objetivos: Considerando-se a relevância para o planejamento de políticas de saúde, este estudo abarcou, enquanto objetivo geral: Descrever e analisar os fatores associados à procura dos serviços de saúde por pessoas do sexo masculino e sexo feminino. Os objetivos específicos visaram: Descrever o perfil sócio-demográfico e clínico-epidemiológico de homens e mulheres que procuram os serviços de saúde nos níveis de complexidade primário e secundário; Descrever variáveis relacionadas à procura e aderência aos serviços de saúde entre homens e mulheres e entre os níveis de complexidade primário e secundário; Comparar a procura e aderência aos serviços de saúde entre homens e mulheres considerando-se os níveis de complexidade primário e secundário; Caracterizar os serviços de saúde que apresentam aspectos considerados adequados relacionados à procura e aderência entre o sexo masculino e o feminino. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, no qual se utilizou roteiro estruturado de entrevista, aplicado mediante seleção aleatória de homens e mulheres que se encontravam, no momento da coleta de dados, nos seguintes serviços de saúde do município de Ribeirão Preto: Núcleos de Saúde da Família I e IV da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, além de ambulatórios e enfermarias clínicas e cirúrgicas do Hospital Estadual de Ribeirão Preto. As variáveis dependentes deste estudo foram: o sexo do usuário (considerado como indicador cultural) e a procura pelo serviço de saúde (considerada como indicador do uso de serviços de saúde). As variáveis independentes do estudo incluíram: características sócio-demográficas e clínico-epidemiológicas. A amostra do estudo foi composta por 320 pessoas. Para a análise de associação entre variáveis empregou-se a Razão de Prevalência e seu Intervalo de Confiança a 95%. Resultados: Os resultados sugerem como fatores de risco para a não procura: ser do sexo masculino, o horário de funcionamento das unidades de saúde versus o horário de trabalho do usuário e a referência de não possuir nenhuma doença. Em contrapartida, os fatores de proteção contra a não procura, ou seja, de favorecimento da procura foram: ser usuário de Unidades com Equipe de Saúde da Família, ser do sexo feminino e do lar, estar situado na faixa etária de 50 a 65 anos, possuir domicílio próprio, juntamente, com uma renda individual e familiar maior que quatro salários míninos, ser aposentado/pensionista, comparecer aos retornos e ser acompanhante de algum familiar ou outros aos serviços de saúde. Conclusão: É relevante a efetiva consolidação de um modelo de atenção à saúde que questione a contradição existente entre os dados epidemiológicos quanto à saúde masculina e a posição dos serviços de saúde de permanecerem no senso comum da invulnerabilidade dos homens ao adoecimento.

ASSUNTO(S)

gender gênero health policies health services. men s health políticas de saúde saúde masculina serviços de saúde

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