Famílias vivendo com HIV/AIDS em Campo Grande: estratégias de enfrentamento, apoio social e qualidade de vida

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Esta pesquisa trata de um estudo descritivo, de corte transversal, com a finalidade de caracterizar as estratégias de enfrentamento, o apoio social e a qualidade de vida das famílias vivendo com HIV/Aids em Campo Grande, MS. A pesquisa foi realizada em junho de 2004, em dia de entrega de cestas básicas. Participaram do estudo 50 das 92 famílias atendidas, tendo sido adotado, como critério de exclusão, o fato de o indivíduo não ser morador da residência para a qual se destinava o benefício. Foram aplicados, em forma de entrevista, o questionário de características sócio-demográficas, a Escala de Coping de Billings e Moos, o questionário de avaliação do Apoio Social e o Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36), a fim de verificar o perfil sócio-demográfico das famílias participantes e de relacionar a capacidade de enfrentamento e o apoio social recebidos com a qualidade de vida percebida pelos entrevistados. Verificou-se que a amostra constituiu-se de portadores e/ou familiares com predominância do sexo feminino (70%), idade até 40 anos (66%), renda familiar de até um salário mínimo (89,2%) e com escolaridade inferior ao ensino fundamental (73,7%). As famílias e/ou portadores relataram em sua maioria ter apenas uma pessoa trabalhando (90%), mais de uma pessoa necessitando de cuidados médicos (43,8%) e que poucos viviam sozinhos ou com no máximo mais uma pessoa (22%). O método de coping mais utilizado pelas famílias e/ou portadores foi o cognitivo (64%), com foco no problema (30%), porém 62% não utilizam nenhuma categoria de foco de coping específica. Os participantes consideraram importante o apoio material (50%) e o emocional (44%), mas utilizaram muito o apoio material, proveniente preferencialmente do governo e da igreja, e o emocional, tanto quanto ele estivesse disponível, por meio das relações interpessoais. Perceberam uma qualidade de vida melhor quando relacionada aos aspectos sociais, capacidade funcional, saúde mental, estado geral de saúde e vitabilidade, e inferior com relação à dor, aspectos emocionais e aspectos físicos. Não houve diferença significativa na qualidade de vida percebida, considerandose as estratégias de coping e o apoio social recebido.

ASSUNTO(S)

social support psicologia famílias hiv/aids infecção por hiv família - convivência; aids (doença) epidemiologia aspectos sociais; qualidade de vida apoio social hiv/aids coping qualidade de vida. coping quality of life.

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