Factors associated with the development of cervical lesions in Mexican women / Fatores associados ao desenvolvimento de lesões cervicais em mulheres mexicanas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A compilação mais recente dos dados mundiais indica que anualmente 466.000 novos casos de câncer cervical são detectados em todo mundo. A infecção pelos tipos oncogênicos do papilomavírus humano (HPV), constitui importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer do colo uterino. Em mulheres portadoras do vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1), tem sido demonstrado o aumento na prevalência e persistência da infecção por HPV oncogênicos, justificando o aumento da susceptibilidade destas mulheres para o desenvolvimento das lesões cervicais, lesões precursoras do câncer do colo uterino. Citocinas são importantes na defesa contra a infecção pelo HPV e o nível de sua produção é geneticamente determinado. A predominância de citocinas do padrão do tipo Th1, como o TNF-alfa, está associada com a regressão das lesões cervicais. Neste estudo foram analisados os fatores comportamentais, imunológicos e virais, possivelmente, associados ao desenvolvimento das lesões cervicais em 66 mulheres mexicanas, portadoras ou não da infecção pelo HIV-1, apresentando lesões cervicais. Assim, aspectos sócio-demográficos e hábitos sexuais, a identificação e a tipificação do HPV, e a detecção do polimorfismo da região promotora do TNF foram analisados. Ao avaliar os aspectos sócio-comportamentais, a maioria das mulheres estava casada legalmente ou em união consensual no momento da entrevista, com nível educacional fundamental e nível sócio-econômico baixo. Associado a isso, a maior porcentagem dos maridos eram migrantes dos Estados Unidos da América (EUA), em busca de emprego e melhores condições financeiras. O grupo de pacientes com HIV-1 que referiram utilizar a camisinha só algumas vezes ou nunca e que relataram possuir entre 2-3 parceiros sexuais foi maior do que o grupo de mulheres sem o HIV- 1. Adicionalmente, os parceiros sexuais de mulheres com o HIV-1 mantinham outras parcerias sexuais, sendo estas heterossexuais e/ou homossexuais. Todas as pacientes arroladas no presente estudo apresentavam infecção ativa por HPV e lesões cervicais de baixo grau. Os HPV oncogênicos, como os do tipo 16/18 e 35, foram significantemente mais freqüentes entre as HIV positivas em comparação às não portadoras dessa infecção. Relativo às comparações do polimorfismo do TNF, a freqüência do genótipo TNF-308 não mostrou diferenças significantes entre os grupos de pacientes. O gene da região promotora do TNF na posição -238 também foi avaliado e observamos que o alelo TNF-238G, associado à alta produção dessa citocina, apresentou significativo aumento de sua freqüência entre as pacientes com o HIV-1 em relação às pacientes sem o HIV-1. Estes resultados sugerem que as condições sócio-culturais e hábitos sexuais estão envolvidos com a vulnerabilidade para a aquisição do HIV e HPV em mulheres mexicanas. Embora as portadoras do HIV apresentem infecção ativa por HPV oncogênicos, a presença do alelo -238G, relacionado com a alta produção do TNFalfa, pode estar associado com a não progressão das lesões cervicais. Entretanto, esta interpretação deve ser realizada com cautela, pois algumas mulheres que apresentavam resultados de lesões cervicais de baixo grau morreram de câncer cérvico uterino. Este fato revela a fragilidade das análises e avaliações ginecológicas nos serviços de saúde referidos neste estudo e sugere que a alternativa de utilizar técnicas de biologia molecular para a identificação e tipificação dos tipos oncogênicos do HPV seja uma estratégia importante para os programas de prevenção do câncer do colo do útero.

ASSUNTO(S)

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