Extrato de Passiflora edulis na cicatrização de anastomose colônica em ratos: estudo morfológico e tensiométrico
AUTOR(ES)
Bezerra, José Antonio Ferreira, Campos, Antonio Carlos L., Vasconcelos, Paulo Roberto Leitão de, Nicareta, Jean Ricardo, Ribeiro, Elaine Rossi, Sebastião, Ana Paula Martins, Urdiales, Akihito Inca A., Moreira, Marlus, Borges, Alessandra Miguel
FONTE
Acta Cirurgica Brasileira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
INTRODUÇÃO: Pesquisas de novas substâncias com finalidades terapêuticas têm sido realizadas procurando isolar, extrair ou purificar novos compostos de origem vegetal. A Passiflora edulis (maracujá), espécie pertencente à família Passifloracea, originária das regiões tropicais e subtropicais do continente americano, é popularmente usada como sedativo, analgésico e antinflamatório e no tratamento de lesões cutâneas, feridas e erisipelas. OBJETIVO: Avaliar a cicatrização de anastomoses colônicas em ratos, que receberam extrato hidroalcoólico de Passiflora edulis no trans-operatório. MÉTODOS: Foram utilizados 40 ratos Wistar, distribuídos em dois grupos de 20 animais cada, denominados: grupo Passiflora (GP) e grupo controle (GC). Os ratos de cada grupo foram separados em dois subgrupos de 10 animais cada, avaliados no 3º e 7º dia do pós-operatório. O procedimento cirúrgico constou de secção da alça colônica esquerda, 5cm acima da reflexão peritoneal com preservação da arcada vascular e anastomose término-terminal em plano único. O grupo Passiflora recebeu dose única intraperitoneal do extrato hidroalcoólico de Passiflora edulis na dose de 250 mg/Kg. O grupo controle recebeu dose única de solução salina intraperitoneal em volume igual ao GP. Os parâmetros avaliados foram: aspectos macroscópicos da parede e cavidade abdominal, aderências perianastomóticas, pressão de ruptura à insuflação de ar, reação inflamatória tecidual da anastomose que constou de polimorfonucleares, monomorfonucleares e proliferação fibroblástica. RESULTADOS: Os aspectos macroscópicos não apresentaram diferenças significantes entre os grupos. Não ocorreu nenhuma deiscência de anastomose nos grupos estudados. Com relação à pressão de ruptura à insuflação de ar, observou-se que a média foi significantemente maior no subgrupo que recebeu o extrato de Passiflora no 3º dia (P3), cuja pressão foi 42,6 ± 17,8 mmHg em comparação ao subgrupo controle (C3), cuja pressão foi 25,4 ± 14,1 mmHg, p=0,028. O mesmo não ocorreu no 7º dia, onde o subgrupo C7 apresentou pressão de ruptura de 187,3 ± 39,5 mmHg, enquanto o subgrupo P7, apresentou pressão de ruptura de 203,0 ± 50,0 mmHg, p=0,447. Na análise histológica, os polimorfonucleares foram mais freqüentes no subgrupo C3, em comparação ao subgrupo P3, com diferença significante (p=0,034). Os monomorfonucleares (MMN) e proliferação fibroblástica foram mais freqüentes no subgrupo P3, com diferença significante, onde p=0,02 para MMN, e p=0,001 para proliferação fibroblástica. No 7º dia, houve diferença significante em todas as variáveis histológicas coradas pela hematoxilina-eosina e Tricômico de Masson (p<0,05) no subgrupo que recebeu o extrato de Passiflora. CONCLUSÃO: A administração peroperatória do extrato hidroalcoólico de Passiflora edulis influencia de forma significante na cicatrização das anastomoses colônicas em ratos.
ASSUNTO(S)
cicatrização de feridas passiflora anastomose cirurgica ratos
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