Extractions, saponification and antioxidant properties of lutein obtained from Tagetes patula L. and Calendula officinalis L. flowers / Extração, saponificação e atividade antioxidante de luteína obtida de flores Tagetes patula L. e Calendula officinalis L.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo avaliar a viabilidade do emprego das flores de Tagetes patula L. (tagetes) e Calendula officinalis L. (calêndula), como fontes de luteína, bem como verificar o efeito da etapa de saponificação e dos solventes extratores sobre as características das oleoresinas e seu poder antioxidante. A caracterização das flores amarelas, laranjas e marrons de tagetes e amarelas e laranjas de calêndula foi avaliada mediante comportamento em cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) e por meio de espectrofotometria no visível, após extração com tetraidrofurano por 24 h e saponificação over night com KOH etanólico 10% (p/v). O maior teor de luteína foi verificado nas flores marrom de tagetes (1230,6 mg.100g-1), sendo significativamente superior ao encontrado nas flores de calêndulas amarela e laranja (29,80 mg.100g-1), embora estes últimos não tenham diferido das flores de tagetes amarelas (59,7 mg.100g-1). Por apresentarem o maior teor de luteína em cada espécie, as flores marrons de tagetes e laranjas de calêndula foram empregadas nas demais fases do trabalho. A influência das modificações na etapa de saponificação e nos solventes extratores sobre o teor de luteína e o perfil de carotenóides dos extratos foi avaliada por meio de seu espectro no visível e comportamento em CLAE. Os extratos de luteína das flores marrom de tagetes e laranja de calêndula foram obtidos por extração a frio das pétalas secas durante 24 h com os solventes etanol, tetraidrofurano e hexano e, extração a quente com hexano realizada em aparato soxhlet com 7h de extração dinâmica, extração estática over night e 1h de extração dinâmica. Metade destes extratos não foi saponificada e a outra metade foi submetida a saponificação simultânea a extração com KOH etanólico 10% (p/v). Em testes preliminares, verificou-se que a saponificação e a extração realizadas conjuntamente possibiltam reduzir em ao menos 12 h a obtenção de luteína de flores de tagetes. O efeito da saponificação sobre o perfil cromatográfico dos extratos foi observado apenas nas flores de tagetes, pelo nítido aumento na proporção de luteína acompanhado pela redução dos demais carotenóides. Com isto confirma-se a necessidade de saponificar os extratos de tagetes, ao passo que, para as flores de calêndula a saponificação não se faz necessária. Com relação ao solvente extrator, verificou-se a atuação diferenciada destes sobre as fontes estudadas. A calêndula não sofreu influência dos solventes, sendo que para o tagetes os melhores solventes extratores foram o tetraidrofurano (1220,0 mg.100g-1) e o hexano (893,9 mg.100g-1). O emprego da temperatura além de provocar a degradação dos pigmentos proporcionou extratos com menor pureza. O efeito da saponificação e do solvente extrator sobre a capacidade antioxidante dos extratos foram avaliados pelo teste do radical livre DPPH e pelo teste do [Beta]-caroteno/ ac. linoléico. A saponificação foi associada a uma redução da atividade antioxidante dos extratos, uma vez que esta capacidade estava correlacionada não só a presença de luteína, mas também, com a ação de outros compostos com atividade antioxidante. O solvente extrator afetou significativamente a capacidade antioxidante dos extratos. Os extratos que apresentaram maior capacidade de redução do radical DPPH foram os de calêndula extraídos com tetraidrofurano independente da saponificação e os de tagetes extraídos com etanol sem saponificação e o saponificado extraído com tetraidrofurano (0,004; 0,015; 0,044 e 0,068 g.mmol de DPPH-1, respectivamente). Os extratos de tagetes e calêndula mais efetivos sobre a inibição da peroxidação lipídica foram os não saponificados extraídos com tetraidrofurano (72,22% e 72,97%, respectivamente). Pôde-se observar com o desenvolvimento do trabalho que as fontes vegetais avaliadas têm seus extratos influenciados tanto pelo solvente, como pela temperatura, e ainda, pela execução da etapa de saponificação. A saponificação gera o aumento da concentração de luteína, mas, uma vez que, esta não é o único antioxidante presente nos extratos a sua realização acaba por reduzir o efeito protetor desses. Os resultados indicam que as flores estudadas são fontes promissoras de compostos biologicamente ativos, como a luteína, com propriedades antioxidantes que vem a auxiliar no fortalecimento do sistema imunológico e na diminuição do risco de doenças degenerativas.

ASSUNTO(S)

atividade antioxidante flores saponificação saponification antioxidant activity flowers luteína extração extraction ciencia de alimentos lutein

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