Extensão da distribuição e ocorrência em simpatria de Gracilinanus agilis e G. microtarsus (Didelphimorphia, Didelphidae) com notas citogenéticas

AUTOR(ES)
FONTE

Biota Neotropica

DATA DE PUBLICAÇÃO

2009-12

RESUMO

Gracilinanus microtarsus, da Mata Atlântica e G. agilis, amplamente distribuído no Brasil central, tanto no Cerrado como na Caatinga são duas pequenas espécies de cuícas arbóreas. As duas espécies são raramente registradas em simpatria. Aqui registramos oito espécimes de G. agilis coletadas em três localidades e 17 G. microtarsus, de dez localidades, todas nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. A correta identificação baseou-se nos caracteres diagnósticos como aparência da pelagem dorsal, marca escura na região óptica, comprimentos da orelha e cauda, bem como a proporção do tamanho das vacuidades posteromediais do crânio. Cromossomos metafásicos de cinco indivíduos foram obtidos. Nossos registros aumentam a distribuição geográfica previamente conhecida de G. microtarsus para a Chapada Diamantina, no estado da Bahia, e reporta a ocorrência de simpatria. G. microtarsus, na área costeira, foi capturado em florestas ombrófila densa e semidecidual em floresta estacional decidual e Cerradão na Chapada Diamantina. G. agilis foi registrado em matas de galeria do Cerrado, e formações densas de vegetação arbustiva verde na Caatinga. O complemento autossômico mostrou os mesmos números diplóides e autossômicos já registrados para as duas espécies (2n = 14, NA = 24). Medidas corpóreas estão de acordo com a literatura, e as características de pelagem foram ferramentas úteis para a correta identificação das espécies. Aqui registramos G. agilis, descrita como sendo uma espécie endêmica do Cerrado e da Caatinga, em oposição a G. microtarsus, considerada como endêmica da Mata Atlântica ocorrendo em simpatria em duas localidades do Cerrado. Tais resultados indicam que esforços continuados de coleta são necessários para uma melhor definição da taxonomia das espécies, dos padrões de distribuição ao longo do tempo e uma melhor compreensão de como as mudanças ambientais antrópicas estão interferindo em suas historias evolutivas.

ASSUNTO(S)

américa do sul marsupiais neotropicais cariótipos uso de habitat

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