Expressão de coerção em enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem que assistem pacientes pediátricos em situação de limitação de suporte de vida
AUTOR(ES)
Eliana de Andrade Trotta
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012
RESUMO
Introdução: Desde a década de 70, a limitação de suporte de vida vem sendo discutida como uma forma de oferecer uma morte digna a pacientes fora de possibilidades terapêuticas. A tomada de decisão de limitação terapêutica, quando não compartilhada por toda a equipe assistencial, pode se refletir em desconforto para os cuidadores, que devem executar a assistência conforme planejado, mesmo nem sempre concordando com as decisões tomadas. Esse desconforto pode ser reflexo de percepção de coerção, nem sempre manifesta. Objetivo: o objetivo da pesquisa foi avaliar a expressão de coerção de cuidadores frente à assitência a pacientes pediátricos terminais, em limitação de tratamento. Material e métodos: através de estudo transversal e prospectivo, foi avaliada a expressão de coerção dos enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem que assistiram pacientes terminais, no período de um ano, utilizando-se a Subescala de Voz da MacArthur Admission Experience Survey modificada, solicitando concordância ou discordância a 4 sentenças. Na análise estatística foram realizados os testes de qui-quadrado com correlação de Pearson e o teste de comparações múltiplas de proporções com correção de Bonferroni. Foram utilizados o sistema SPSS v.18 e WINPEPI v.10.11. O nível de significância estabelecido foi de 5% (P<0,05). Resultados: foram analisados 227 questionários de Expressão de Coerção, relativos à assistência de 17 pacientes pediátricos terminais, no período de 2009 e 2010. Houve expressão de coerção em 17% dos questionários dos médicos, 72% dos enfermeiros (p<0,00001) e 76% dos técnicos (p<0,00001). Não houve diferença significativa de Expressão de Coerção entre enfermeiros e técnicos de enfermagem. Com relação às sentenças, houve expressão de coerção em todas, em taxas variadas, nas diferentes categorias de cuidadores. Na sentença ¿Tive oportunidade suficiente de dizer se concordava com a limitação terapêutica ou não-ressuscitação¿ houve diferença significativa entre médicos e enfermeiros (p=0,004) e entre médicos e técnicos (p<0,001). Na sentença ¿Tive oportunidade de dizer o que queria a respeito da limitação terapêutica ou não-ressuscitação¿ houve diferença significativa entre médicos e enfermeiros (p=0,005 ) e entre médicos e técnicos (p<0,002). Não houve diferença entre as equipes nas demais sentenças. Conclusão: a pesquisa evidenciou expressão de coerção nas três categorias de cuidadores de pacientes pediátricos terminais em limitação de tratamento, sendo os médicos os que expressaram menor coerção. Dentre os itens de expressão de coerção, os relacionados à expressão de opinião foram os mais apontados, principalmente entre os enfermeiros e técnicos de enfermagem.
ASSUNTO(S)
coerção end-of-life care cuidados para prolongar a vida withdrawal of treatment ordens quanto à conduta (ética médica) coercion bioética unidades de terapia intensiva pediátrica
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/10183/53157Documentos Relacionados
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