Expressão das proteínas BCL-2 e BAX em tumores astrocíticos humanos

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-08

RESUMO

INTRODUÇÃO: Os astrocitomas constituem os mais freqüentes tumores primários do sistema nervoso central (SNC). Admite-se que parte do crescimento tumoral seja resultante da inibição da morte celular programada: a apoptose. Tal fenômeno é basicamente regulado pelo equilíbrio entre moléculas antiapoptóticas (ex.: B-cell lymphoma protein 2 [BCL-2]) e pró-apoptóticas (ex.: BCL-2 associated protein X [BAX]). OBJETIVO: O presente estudo objetivou avaliar a expressão de BCL-2 e BAX em tumores astrocíticos humanos. MATERIAL E MÉTODOS: Procedeu-se ao estudo imuno-histoquímico dessas proteínas utilizando-se o método da avidina-biotina-peroxidase em 55 astrocitomas (13 do grau I, 14 do II, sete do III e 21 do grau IV) e cinco amostras de tecido cerebral não-tumoral (grupo controle). RESULTADOS: Os índices de positividade para BCL-2 e BAX demonstraram propensão ao acréscimo, de acordo com a gradação tumoral, com positividade geral de 43,26% e 24,67%, respectivamente. Essas proteínas não foram detectadas entre os espécimes não-tumorais. Os escores de marcação para BCL-2 apresentaram tendência ao aumento conforme a progressão histológica, enquanto os para BAX mostraram-se semelhantes nas diversas graduações. A análise conjunta dessas proteínas demonstrou significativa correlação com a gradação tumoral (p < 0,05; teste H), sendo mais evidente nos glioblastomas (grau IV) em comparação com os astrocitomas de baixo grau (I e II) (p < 0,05; teste U). A relação BCL-2/BAX indicou o aumento da orientação à sobrevida celular dos tumores astrocíticos de acordo com a progressão maligna. CONCLUSÕES: Tais resultados indicam as alterações na expressão das proteínas BCL-2 e BAX como resultantes do processo tumorigênico nos astrocitomas, com o crescente predomínio do perfil antiapoptótico de acordo com a transformação maligna. Nesse sentido, sugere-se que a superexpressão de BCL-2 nos tumores astrocíticos possa ser indicativa de fenótipos mais agressivos, configurando ainda um potencial alvo terapêutico.

ASSUNTO(S)

astrocitomas bcl-2 bax apoptose imuno-histoquímica

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