Exposição radiológica em procedimentos coronários realizados pelas vias radial e femoral

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Cardiol. Invasiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-03

RESUMO

INTRODUÇÃO: Embora a abordagem transradial tenha reduzido as complicações vasculares, estudos demonstram que pode estar relacionada a maior exposição radiológica. É objetivo deste estudo comparar os parâmetros de exposição radiológica em procedimentos cardiológicos invasivos pelos acessos radial e femoral. MÉTODOS: Estudo de coorte prospectiva incluindo pacientes submetidos a cateterismo cardíaco diagnóstico ou intervenção coronária percutânea (ICP) entre agosto de 2010 e dezembro de 2011. Características clínicas, angiográficas e de exposição à radiação foram registradas em banco de dados específico. Os pacientes foram analisados de acordo com a via de acesso: femoral ou radial. RESULTADOS: Foram incluídos 1.197 pacientes, 782 submetidos a procedimentos por via femoral e 415, a procedimentos por via radial. Observou-se menor prevalência de pacientes do sexo feminino (36,2% vs. 45,6%; P < 0,01), cirurgia de revascularização miocárdica prévia (4% vs. 12,7%; P < 0,01) e valvulopatia grave (0,3% vs. 1,4%; P = 0,07) no grupo radial. A mediana da dose de radiação recebida pelos pacientes foi maior com a utilização da via radial, tanto para procedimentos diagnósticos (621,6 mGy vs. 445,7 mGy; P < 0,01) como terapêuticos (1.241,6 mGy vs. 990,9 mGy; P < 0,01). Operadores menos experientes no acesso radial expuseram pacientes a maior dose de radiação nas ICPs (1.463 mGy vs. 1.196 mGy; P = 0,02), o que não ocorreu com os mais experientes (1.311 mGy vs. 1.449 mGy; P = 0,84). CONCLUSÕES: Pacientes submetidos a procedimentos cardiológicos invasivos são expostos a níveis maiores de radiação pela via de acesso radial. No entanto, operadores experientes podem neutralizar essa desvantagem em relação à via femoral.

ASSUNTO(S)

artéria radial artéria femoral angioplastia cateterismo cardíaco exposição a radiação

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