Exposição a pesticidas organoclorados e desenvolvimento cognitivo em crianças e adolescentes residentes em uma área contaminada no Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Saude Mater. Infant.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-03

RESUMO

Objetivos: avaliar o desempenho cognitivo de crianças e adolescentes residentes em uma área contaminada com pesticidas organoclorados (OC), e fatores associados à exposição. Métodos: realizou-se um estudo seccional com 102 indivíduos entre 6-16 anos residentes em Cidade dos Meninos, RJ, entre 2012-2013. Uma subamostra de 46 destas crianças dispunha das concentrações séricas de pesticidas OC e hormônios tireóideos, determinados entre 2003-2004. Local de residência materna e tempo de amamentação foram informados por todos os participantes. Desempenho cognitivo foi avaliado pela escala WISC-III. Utilizou-se regressão multivariada para explorar as associações. Resultados: pelo menos 40% das crianças apresentaram inteligência inferior à média (QI<90) em seis domínios cognitivos. A função executiva demonstrou o menor escore. Local de residência materna e tempo de amamentação não associaram-se à cognição, exceto a função executiva. Níveis de alfahexaclorocicloexano (HCH) associaram-se a redução de 0,45, 0,33 e 0,46 pontos nas áreas de execução, resistência à distração (RD) e velocidade de processamento (VP), respectivamente; gama-HCH associou-se a redução de 1,74 pontos na RD e 1,84 pontos na VP; e p,p’-DDT (dicloro-difenil-tricloroetano) relacionou- se a menor pontuação (-0,81) na VP. Observou-se leve associação inversa entre os níveis de triiodotironina total e organização perceptual. Conclusões: resultados sugerem que a exposição crônica aos pesticidas OC poderia acarretar déficits cognitivos nestas crianças e adolescentes.

ASSUNTO(S)

pesticidas organoclorados hormônios tireóideos cognição criança adolescente

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