EXPERIMENTAL PATHOGENESIS OF BOVINE HERPESVIRUS TYPE 2 INFECTION IN SHEEP AND GUINEA PIGS. / PATOGENIA EXPERIMENTAL DA INFECÇÃO PELO HERPESVÍRUS BOVINO TIPO 2 EM OVINOS E COBAIAS

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A biologia e a epidemiologia da infecção pelo herpesvírus bovino tipo 2 (BoHV-2), agente da mamilite herpérica bovina, são pouco conhecidas. Com isso, o presente estudo teve como objetivos elucidar alguns aspectos da epidemiologia e estudar a patogenia da infecção pelo BoHV-2 em ovinos e cobaias. Um estudo sorológico pesquisando anticorpos para o BoHV-2 em 2.213 amostras de bovinos com mais de 2 anos, provenientes de 136 municípios distribuídos em 7 mesoregiões do Rio Grande do Sul (RS), determinou uma soroprevalência de 24,5% (543/2.213). Os resultados demonstram que o BoHV-2 está disseminado no rebanho bovino no RS, com potencial envolvimento em casos de mamilite freqüentemente relatados em rebanhos leiteiros. Um segundo experimento visou caracterizar a infecção latente em ovinos, propostos como modelo experimental. Ovelhas lactantes inoculadas com o BoHV-2 na pele do úbere excretaram o vírus por até 5 dias, desenvolveram mamilite e soroconverteram. Entretanto, a tentativa de reativar a infecção latente pela administração de dexametasona (Dx) no dia 40 pós-infecção (pi) não resultou em reativação. Não obstante, o DNA viral latente foi detectado por PCR em gânglios neurais e/ou em diversos linfonodos (LNs) de todos os animais no dia 40 pós reativação (pr). Cordeiros que haviam sido inoculados com o BoHV-2 pela via nasal igualmente albergavam o DNA viral latente nos gânglios trigêmeos, tonsilas e LNs regionais. Esses resultados demonstram que o BoHV-2 estabelece infecção latente em gânglios neurais e tecidos linfóides regionais, embora a reativação viral não seja facilmente obtida com os protocolos usados em outros alfaherpesvírus. Um terceiro experimento foi realizado para validar cobaias (Cavia porcellus) como modelo experimental para estudo da biologia da infecção com o BoHV-2. Cobaias lactentes (30- 40 dias) inoculadas com o BoHV-2 nas regiões genital e intra-dérmico no tetos e úbere desenvolveram sinais clínicos moderados a severos, notadamente mais pronunciados na região genital. O vírus foi isolado de suabes coletados entre os dias 3 e 7 pi da região genital (8/12) e em menor freqüência da região dos tetos (1/12). Todos os animais soroconverteram para o BoHV-2, apresentando títulos de anticorpos neutralizantes entre 16 e 128 no dia 30 p.i. A análise histológica de biópsias de pele coletada de lesões revelou corpúsculos de inclusão e infiltrado linfocitário e plasmocitário perivascular. PCR realizada com DNA total extraído dos tecidos coletados no dia 35 pi revelou a presença de DNA viral latente em gânglios neurais lombo-sacrais e LNs regionais. A administração de Dx no dia 35 pi cursou com recrudescência clínica na região genital, porém não foram detectados excreção viral nem soroconversão, indicadores de reativação da infecção latente. Estes resultados demonstram que cobaias podem ser usados como modelo para a infecção aguda e latente pelo BoHV- 2, e confirmam que a reativação viral não é facilmente obtida pelo uso de protocolos usuais para outros alfaherpesvírus. Em conjunto, os resultados demonstram a utilidade de ovinos e cobaias como modelo experimental para a infecção pelo BoHV-2.

ASSUNTO(S)

cobaias epidemiologia medicina veterinaria sheep viral pathogenesis patogenia viral bohv-2 bovine herpesvirus type 2 guinea pig ovino herpesvírus bovino tipo 2 bohv-2 epidemiology

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