Experienciando a ausência do companheiro nas consultas de pré-natal

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A pesquisa teve como objetivo geral compreender o significado atribuído por gestantes acerca da ausência do companheiro nas consultas de pré-natal. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo em uma abordagem qualitativa, desenvolvido no Centro de Saúde de Jardim Lola no Município de São Gonçalo do Amarante/RN. Participaram da investigação 20 gestantes cadastradas no programa de pré-natal, com idade igual ou superior a 18 anos, apresentando orientação das faculdades mentais e que conviviam sob o mesmo teto com o companheiro. Os dados foram coletados no período de março a maio de 2009, através de entrevista semiestruturada. A análise se processou segundo a teoria fundamentada nos dados (Grounded Theory) e o interacionismo simbólico (Simbolic Interactionism), como referenciais teórico-metodológicos. Para respaldar as discussões foram utilizados achados literários envolvendo aspectos políticos da humanização na assistência à saúde da mulher, bem como a relação de gênero no contexto familiar. Seguindo o percurso dos referenciais adotados, foram originadas as seguintes categorias secundárias: Percebendo a participação do companheiro durante o pré-natal, Expressando sentimentos durante o pré-natal e Revelando atitudes durante o pré-natal. Estas, quando tiveram suas propriedades e dimensões analisadas, suscitaram na categoria central Experienciando a ausência do companheiro nas consultas de pré-natal. A construção dessa teoria leva a considerar que as gestantes entendem a ausência do companheiro, atribuindo esse fato ao mesmo trabalhar nos horários dos atendimentos de pré-natal ou a não gostar de frequentar instituições de saúde. Entretanto, isto não significa dizer que a sua presença do mesmo esteja descartada, pois o desejo de tê-lo nas consultas de pré-natal foi mencionado pela grande maioria das entrevistadas. Assim sendo, ter o companheiro ausente nesse momento leva as mulheres a experienciar anseios, sentimentos, atitudes, percepções e expectativas frente ao fenômeno estudado. Diante dessa realidade, pode-se concluir que a ausência do companheiro nas consultas de pré-natal predispõe as gestantes ao fortalecimento dos desconfortos advindos da gravidez e, consequentemente, vai de encontro ao bem-estar das grávidas, além de velar a possibilidade de desajuste conjugal. Essa situação requer dos profissionais de enfermagem medidas que viabilizem a inclusão do parceiro no cotidiano do atendimento pré-natal, na perspectiva da humanização da assistência

ASSUNTO(S)

enfermagem obstétrica pré-natal humanização da assistência enfermagem obstetrical nursing prenatal care humanization of assistance

Documentos Relacionados