Existe diferença significativa na escolha do material utilizado para a proteção do complexo dentina-polpa na técnica do capeamento pulpar indireto?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Sergipe

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

Evidências mostram não haver diferença no índice de sucesso do capeamento indireto utilizando diferentes materiais. Em estudo de revisão sistemática (2011), que incluiu ensaios randomizados, ensaios clínicos controlados e série de casos, materiais como o hidróxido de cálcio, agentes antimicrobianos e cimento de policarboxilato combinado com uma preparação de tanino-flúor, demonstraram ser eficazes na redução de bactérias e promoção da remineralização da dentina cariada que permaneceu após a escavação da cavidade (1).

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Em 2002, um trabalho comparando um sistema adesivo em resina e o forro de hidróxido de cálcio (Dycal) para tratamento pulpar indireto, avaliou 48 molares decíduos clinicamente e radiograficamente por 2 anos. Concluíram que a proteção do complexo dentina-polpa utilizando sistema de resina adesiva ou hidróxido de cálcio mostrou-se semelhante quando o tratamento pulpar indireto era realizado em restaurações classe I de resina em molares decíduos (2). Outra pesquisa avaliou três protocolos de ligação diferentes versus forro de hidróxido de cálcio para proteção do complexo dentina-polpa de molares decíduos com diferentes espessuras remanescentes de dentina. Foram testados adesivo à base de acetona com condicionamento total com ácido fosfórico a 36 % (Prime & Bond NT), um sistema de adesivo auto-condicionante (Xeno III), um adesivo à base de acetona (Prime & Bond NT) sem condicionamento ácido prévio, e o grupo controle com cimento de hidróxido de cálcio (Dycal). Após 2 anos, a taxa de sucesso clínico e radiográfico de tratamentos restauradores foi de 100% . A proteção do complexo dentina-polpa com os protocolos de adesividade testados mostraram resultados similares em cavidades profundas, rasas e médias, em comparação com hidróxido de cálcio em cavidades mais profundas, quando o tratamento pulpar indireto foi realizado em classe I em restaurações de compômero (3). De acordo com Duque et al (2009), a utilização de forros ionoméricos modificados por resina , após a remoção de cáries incompletas, assim como o cimento de hidróxido de cálcio, promove redução significativa das bactérias cariogênicas residuais viáveis para além de alterações clínicas favoráveis na dentina cariada remanescente (4). Em um estudo que avaliou a diferença entre o capeamento indireto de um sistema adesivo auto-condicionante (Clearfil SE Bond); e o forro de hidróxido de cálcio (Dycal), não houve diferença estatística entre os grupos (P = 0,514) após o período de 60 meses de acompanhamento. A taxa de sucesso global alcançado foi de 78% (5).

Resultados encontrados por Marchi et al (2006) sugerem que o capeamento indireto da polpa em dentes primários prende/inibe a progressão de lesões de cárie de base, independentemente do material usado como revestimento (6).

O acesso do paciente ao tratamento de capeamento pulpar deve ser garantido nas UBS’s, a fim de que o indivíduo adulto ou criança permaneça com o dente na boca pelo maior tempo possível e em condições de saúde (acesso). É um tratamento que pode prevenir a perda desta unidade dentária. Além disso, manter o cuidado ao longo do tempo é essencial para a preservação da unidade tratada e para atitudes preventivas em geral (longitudinalidade, prevenção da saúde).

É importante o profissional cirurgião-dentista estar atento quando for realizar um capeamento pulpar indireto, pois a depender da profundidade da cavidade e da forma de escavação, a polpa dentária pode ser exposta. Você sabe que atitudes tomar quando isso ocorrer?

ASSUNTO(S)

saúde bucal dentista d19 sinais/sintomas dos dentes / gengivas capeamento da polpa dentária materiais dentários 1a – estudos de revisão sistemática / ou estudos ensaios clínicos randomizados (ecr) 1b – estudos individuais randomizados e controlados com estreito intervalo de confiança

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