Existe caso de trombose venosa profunda sem indicação cirúrgica? Qual o tratamento?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

A trombose venosa profunda (TVP) é uma doença frequente (afeta 1 em 1000 pessoas a cada ano nos Estados Unidos) em pacientes clínicos e cirúrgicos e caracteriza-se pela oclusão total ou parcial de uma ou mais veias do sistema venoso profundo por trombos. Em 80% dos casos, o processo origina-se em veias musculares da panturrilha. Destes, 25% podem propagar-se para a veia poplítea e femoral (1).

Sua etiologia está relacionada com estase venosa, lesão endotelial ehipercoagulabilidade (tríade de Virchow). A principal complicação da trombose venosa profunda é a embolia pulmonar, enquanto a sequela mais importante, a longo prazo, é a insuficiência venosa. Cerca de 5 a 15% das pessoas com trombose venosa profunda não tratada podem morrer de embolia pulmonar (2).

A anticoagulação permanece como a opção terapêutica de escolha para a grande maioria dos pacientes. O manejo inicial consiste no repouso com elevação do membro afetado e terapia anticoagulante precoce. A anti-coagulação diminui a progressão da trombose, minimizando as alterações secundárias no membro afetado (1).

Quando a confirmação diagnóstica não é imediata, o tratamento deve ser mantido até o esclarecimento da dúvida. Nenhuma manifestação clínica é altamente sensível ou específica para o diagnóstico de TVP.

Contudo, existem escores compostos de diversos elementos diagnósticos que permitem razoável classificação do risco do paciente. Devido à alta frequência de diagnósticos incertos após o exame clínico e ao alto custo e morbidade associados ao tratamento, os exames complementares exercem papel fundamental (1).

O ecodoppler venoso, por sua alta sensibilidade (95%) e especificidade (95%), facilidade de execução, morbidade nula e baixo custo, tornou-se o exame de primeira escolha e indispensável para o diagnóstico de certeza (1).

Devido ao efeito anticoagulante imediato, a heparina não-fracionada (na dose diária de 24.000 a 36.000) UI é a primeira escolha para o tratamento inicial de tromboses extensas, exigindo internação hospitalar. Uma alternativa mais recente é a heparina de baixo peso molecular, tão eficaz quanto à heparina não-fracionada no tratamento da trombose venosa profunda e que permite que alguns pacientes selecionados sejam tratados em nível domiciliar.

Contudo, tal estratégia é restrita a pacientes em bom estado geral, sem multimorbidades significativas e com condições financeiras de arcar com os altos custos do tratamento (1).

Cerca de 24 a 48 horas após o início da heparina, deve-se iniciar a anticoagulação oral com cumarínicos, sendo a varfarina sódica o agente mais utilizado na dose inicial de 5 mg/dia. Faltam estudos mais detalhados sobre o uso dos fibrinolíticos no tratamento dessa condição, sendo sua indicação bastante individualizada e restrita a uso hospitalar (1).

ASSUNTO(S)

apoio ao tratamento enfermeiro k94 flebite e tromboflebite trombose venosa a - estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência d - opinião desprovida de avaliação crítica/baseada em consensos/estudos fisiológicos/modelos animais enfermeria

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