Exercício físico e saúde

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

15/07/2011

RESUMO

CAPÍTULO 3: [Introdução] As corridas de aventura (provas combinadas de diversas modalidades de ultra-endurance) têm sido cada vez mais procuradas por proporcionar diferentes experiências esportivas, mas poucos estudos têm sido realizados para avaliar a alterações provocadas por elas no organismo dos atletas. [Objetivo] Este trabalho teve por objetivo investigar a ocorrência de alterações fisiológicas, hematológicas, imunológicas e bioquímicas em esporte de longuíssima duração e pouco descanso. [Métodos] Vinte e cinco atletas profissionais, sendo 15 homens (idade de 31,4 5,36 anos, peso corporal de 77,13 4,7 kg) e 10 mulheres (idade de 27,8 5,18 anos, peso corporal de 61,3 4,42 kg) percorreram 460 km por 4 dias na competição de corrida de aventura de uma edição internacional do Ecomotion/Pro AR World. Amostras de sangue e saliva foram coletadas antes e após a competição. [Resultados] Houve elevações dos níveis de óxido nítrico (NO), proteínas totais, α-amilase e cortisol e diminuição nos níveis de IgA na saliva após a corrida. As variações percentuais relativas de NO, proteínas totais, α-amilase, IgA e cortisol foram significantemente maiores nas mulheres que nos homens. No sangue houve elevações nos níveis de lactato e glicose, e diminuição na percentagem de saturação da hemoglobina por O2. Houve menores variações percentuais relativas dos níveis de glicose e lactato e maior variação percentual relativa da saturação da hemoglobina por O2 nas mulheres que nos homens. As quantidades de plaquetas, leucócitos, neutrófilos totais e segmentados ficaram mais elevadas após a competição e as elevações percentuais relativas foram significativamente maiores no grupo das atletas. Houve queda nos valores de linfócitos, eosinófilos e monócitos, com reduções percentuais relativas de linfócitos e monócitos significantemente maiores nas atletas que nos atletas. Os valores de hemoglobina, hemácias e hematócrito diminuíram após a competição, sem diferença estatisticamente significantes entre os sexos. Houve elevações nas atividades séricas de CK total, CKMB, ALT, AST e LDH ao término da prova (p<0,05), com elevações significantemente maiores da CK total, CKMB e LDH nos homens e de ALT nas mulheres. [Conclusão] Com base nas alterações sanguíneas e salivares pode-se concluir que os exercícios de longa duração com momentos de alta intensidade, pouco sono e descanso da corrida de aventura promoveram aumento do estresse, lesões musculares, anemia e alterações no sistema imunitário que podem prejudicar o estado de saúde e o rendimento esportivo dos atletas. CAPÍTULO 4: Introdução: Várias modalidades esportivas são realizadas em condições térmicas que podem influenciar no desempenho dos atletas. Objetivo: Verificar a influência do exercício no calor sobre o sistema imunitário e o nível de estresse por meio de biomarcadores da saliva (IgA, α-amilase, cortisol, óxido nítrico e proteínas totais) e do sangue (lactato). Métodos: A amostra foi composta por nove homens jovens, estudantes de Educação Física (24,2 2,5 anos; 74,99 7,40 kg; 178,7 4,0 cm; 48,07 4,63 mLkg-1min-1) que realizaram um teste progressivo máximo em cicloergômetro, dentro de uma câmara ambiental, em duas situações: quente (temperatura seca de 40 C; T40) e temperada (temperatura seca de 22 C; T22), ambas com 50% de umidade relativa do ar. Tanto T22 quanto T40 iniciaram com uma potência de 60 W e tiveram acréscimos de 15 W a cada três minutos. Amostras de sangue e saliva foram coletadas simultaneamente antes e após cada teste. Resultados: Antes do exercício não houve diferenças significantes nos níveis dos biomarcadores na saliva nem de lactato no sangue dos atletas entre os dois ambientes térmicos. Mas após os exercícios, houve aumento significante em todos eles tanto a 22 quanto a 40 C. Entretanto, não houve diferença significante entre os níveis de IgA entre os dois ambientes térmicos, mas os níveis de α-amilase, cortisol, óxido nítrico e proteínas totais na saliva foram maiores a 40 que a 22 C, enquanto os níveis de lactato no sangue foram menores no ambiente quente que no termoneutro. Conclusão: A condução dos exercícios no ambiente quente elevou os níveis de estresse, sem alterar a imunidade da saliva.

ASSUNTO(S)

saliva genetica calor estresse imunidade exercício exercícios físicos - aspectos fisiológicos anabolic steroid aging diabetes physical training

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