Evolução do perfil bioquímico de crianças tratadas ou em tratamento para déficit estatural moderado ou grave: consequências da programação metabólica?
AUTOR(ES)
Alves, Jullyana F.R., Britto, Revilane P.A., Ferreira, Haroldo S., Sawaya, Ana L., Florêncio, Telma M.M.T.
FONTE
J. Pediatr. (Rio J.)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2014-07
RESUMO
OBJETIVO: avaliar as mudanças no perfil bioquímico de crianças tratadas ou em tratamento para déficit estatural moderado ou grave em um centro de recuperação e educação nutricional. MÉTODOS: estudo longitudinal retrospectivo com 263 crianças semi-internas no Centro no período de agosto/2008 a agosto/2011, com idade entre 1 e 6 anos e diagnóstico de déficit estatural moderado, escore-Z da altura-para-idade (AIZ) < -2 e grave (AIZ < -3). Foram coletados dados socioeconômicos, dietéticos e bioquímicos e a evolução estatural segundo a idade. RESULTADOS: com a intervenção nutricional observou-se incremento no escore-z das crianças com déficit estatural moderado (0,51 ± 0,4; p = 0,001) e grave (0,91 ± 0,7; p = 0,001) durante o período de acompanhamento. Observou-se, ainda, aumento nos níveis de fator de crescimento insulina-símile (IGF-1) (inicial: 71,7 ng/dL; final: 90,4 ng/dL; p = 0,01), redução nos triglicérides (TG) tanto nas crianças graves (inicial: 91,8 mg/dL; final: 79,1 mg/dL; p = 0,01) como nas moderadamente desnutridas (109,2 mg/dL para 88,7 mg/dL; p = 0,01) e aumento significativo do lipoproteína de alta densidade (HDL-C) apenas no terceiro ano de intervenção (inicial: 31,4 mg/dL; final: 42,2 mg/dL). Os valores de colesterol total (CT) e lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) continuaram elevados durante todo o tratamento (inicial: 165,1 mg/dL; final: 163,5 mg/dL e inicial: 109,0 mg/dL; final: 107,3 mg/dL, respectivamente). CONCLUSÃO: o tratamento nutricional para as crianças de baixa estatura mostrou-se eficaz na redução do déficit estatural e dos TG e melhora dos níveis de HDL-C após três anos de intervenção. Porém, os níveis de LDL-C e CT mostraram-se sempre elevados mesmo nas crianças tratadas. Questiona-se, pois, se essas alterações seriam resultantes da programação metabólica a desnutrição.
ASSUNTO(S)
nanismo dislipidemias fator de crescimento insulina-símile i doenças metabólicas recuperação nutricional
Documentos Relacionados
- Síndrome ou pseudossíndrome metabólica?
- Osteotomia da base do I metatarsal no tratamento do hálux valgo moderado e grave: resultados após seguimento médio de oito anos
- Utilidade da colonoscopia precoce no diagnóstico e tratamento do sangramento gastrointestinal baixo moderado ou grave
- Evolução pondero-estatural de crianças com cardiopatias congênitas submetidas a tratamento cirúrgico
- Pancreatite aguda grave: resultados do tratamento cirúrgico em 68 pacientes