Evolução do magmatismo neoproterozóico registrado nos ortognaisses Cerro Bori, cinturão Dom Feliciano no Uruguai

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Dados de geoquímica de elementos maiores e traços, isótopos de Sm-Nd e Pb-Pb, além de idades U-Pb em zircão (SHRIMP) possibilitaram o entendimento da evolução magmática e tectônica dos Ortognaisses Cerro Bori, Domínio Leste do Cinturão Dom Feliciano no Uruguai durante do Ciclo Orogênico Brasiliano. Os Ortognaisses Cerro Bori são compostos por gnaisses tonalíticos e granodioriticos, que envolvem boudins de gnaisses máficos, com composição de diorito gabróico e diorito. Essas rochas intrudiram os Paragnaisses Chafalote e ambas as unidades foram afetadas por m metamorfismo de alto grau (alta P e T) e intensa deformação. Os ortognaisses foram separados em três grupos, Tipo I, II e III. O Tipo I é composto de gnaisses máficos com afinidade toleítica e assinatura de magmas de um back-arc transicional. Idades U-Pb em zircão (SHRIMP) foram obtidas em cinco amostras desse grupo, nos quais zircões com zonação oscilatória revelaram idades de cristalização dessas rochas entre 794 ± 8 Ma e 771 ± 6 Ma. O Tipo II é composto principalmente por gnaisses tonalíticos, com afinidade cálcio alcalina e assinatura geoquímica de magmas de um arco magmático continental. Idades foram obtidas em cinco amostras e zircões com zonação oscilatória revelaram idades de cristalização entre 802 ± 12 Ma e 786 ± 9 Ma. O Tipo III é composto por gnaisses máficos ricos em biotita e características geoquímicas de rochas potássicas a utrapotássicas. Uma população de zircões foi encontrada em uma amostra, resultando em uma idade de 767 ± 9 Ma. Tipo I, II e III tem valores negativos de ƐND (entre -2.12 e -6.67) e idades antigas de TDM (entre 1.2 e 2.0 Ga), indicando processos de assimilação crustal/contaminação associada á cristalização fracionada na formação destas rochas. Uma configuração do tipo arco andino é sugerido para essa associação de rochas, com a região do arco próxima a região do back-arc. Magmas máficos foram encontrados associados aos Ortognaisses do Cerro Bori, com idades entre 659 e 637 Ma. A idade de 659 ± 5 Ma é provavelmente a melhor estimativa do pico metamórfico da região, em decorrência do espessamento crustal da colisão. A idade da fusão parcial foi determinada através de bordas nos zircões do Tipo I, II e III, em 654 ± 3 Ma. Magmas pós colisionais são representadas por rocha de composição gabróica e idade de 647 ± 7 Ma, com assinatuira geoquímica de um magma tipo E-Morb. Idades de 637 ± 4 Ma foram encontradas num magma com afinidade cálcioalcalina alto K a shoshonítica, caracterizando o período pós-colisional da região.

ASSUNTO(S)

recôncavo, bacia do (ba) geoquímica magmatismo

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