Evidencias da participação dos mecanismos de adesão e invasão celular na patogenicidade do Paracoccidioides brasiliensis

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1996

RESUMO

O Paracoccidioides brasiliensis (P. brasiliensis), fungo dimórfico, é o agente etiológico de micose sistêmica, a paracoccidioidomicose (PCM). Esta doença, invasiva no homem, é endêmica na América Latina, principalmente no Brasil, Venezuela e Colombia. Os mecanismos de patogenicidade deste fungo ainda não estão bem esclarecidos, porém, existem indícios de que a constituição da parede celular e a produção de antígenos solúveis, como a glicoproteína de 43 kDa (gp43), sejam fatores de virulência responsáveis pelo seu estabelecimento no hospedeiro. Neste sentido, foram realizados estudos in vitro para avaliar possíveis mecanismos e fatores de virulência envolvendo adesão e invasão celular. No presente trabalho, foi analisado o processo de infecção de cinco diferentes cepas do P. brasiliensis em células HeLa (adenocarcinoma cervical humano) e revelados por diferentes técnicas de coloração (May-Grünwald/Giemsa, PAS e Imunofluorescência Indireta). Através de observações em microscopia óptica destas preparações, verificouse que todas as cepas aderiram e invadiram as células em cultura. Em provas imunoenzimáticas, observou-se diferenças quanto a concentração de células fúngicas aderidas às células HeLa. Desta forma, a cepa Pb18 apresentou maior índice de adesão, seguida pelas cepas Pb113 e Pb265. Estes dados apresentam concordância aos diferentes graus de patogenicidade, já descritos na literatura, para estas cepas em experimentos in vivo. Ainda por esta metodologia, foi analisada a inibição da adesão do fungo através de tratamento prévio com diferentes soros imunes (anti-gp43 e "pool" de soros de pacientes com PCM). Dentre estes soros, o tratamento com o "pool" de soros de pacientes apresentou maior índice de inibição da adesão do P. brasiliensis em células HeLa. Ainda pela técnica de contagem de unidades formadoras de colonias (ufc) foi constatada a viabilidade das células fúngicas intracelulares. Estudos complementares foram realizados através de observações em Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET), onde foram observadas avaliação do processo de infecção. Nesta abordagem, foi verificada uma provável sequência de infecção do P. brasiliensis às células HeLa. Devido a presença de formas intracelulares não usuais deste agente, apresentando-se como protoplastos, a utilização da técnica de "immunegold" foi conclusiva na comprovação do processo de adesão e invasão celular deste importante patógeno do nosso meio

ASSUNTO(S)

paracoccidioidomicose microscopia eletronica paracoccidioides brasilienses celulas epiteliais parasitismo

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