Evasão de CO2 e carbono dissolvido em águas fluviais de três pequenas bacias em área ocupada por pequenas propriedades de agricultores familiares na Amazônia oriental

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Ambient. Água

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-08

RESUMO

Resumo Os fluxos de CO2 a partir de igarapés e rios têm sido sugeridos como uma possível e crítica via para os fluxos de retorno do carbono da biosfera para a atmosfera. Esse estudo foi conduzido em três pequenas bacias amazônicas para avaliar a dinâmica e evasão de carbono em região onde as mudanças de uso da terra resultaram em paisagens dominadas por pequenas propriedades de agricultores familiares. Campanhas de campo mensais foram realizadas no período de Junho/2006 a Maio/2007 nas bacias dos igarapés Cumaru (CM), Pachibá (PB) e São João (SJ). Medidas de condutividade elétrica, pH, temperatura e oxigênio dissolvido foram realizadas in situ, enquanto coletas de amostras de água fluvial foram feitas para determinação das concentrações de carbono orgânico dissolvido (COD) e de carbono inorgânico dissolvido (CID), assim como para as medidas da pressão parcial do dióxido de carbono (pCO2) e dos fluxos de evasão de CO2. A vazão instantânea medida em cada campanha foi usada para cálculo dos fluxos de COD. Considerados todos os igarapés, os fluxos de COD, CID, pCO2, e CO2 variaram da seguinte forma, respectivamente: 0,27 - 12,13 mg L-1; 3,5 - 38,9 mg L-1; 2.265 - 26.974 ppm; and 3,39 - 75,35 μmol m-2 s-1. Os fluxos anuais estimados de COD em CM, SJ e PB foram respectivamente 281, 245 e 169 kg C ha-1. Os fluxos de evasão de CO2 variaram de 3,39 a 75,35 μmol m-2 s-1, com média de 22,70 ± 1,67 μmol m-2 s-1. Essa evasão de CO2 por unidade de área foi similar aos maiores fluxos de evasão medidos nos principais rios amazônicos, confirmando assim nossa hipótese de que nos pequenos igarapés podem ocorrer valores substanciais de evasão de CO2. Como a floresta secundária é abundante nessa região, em decorrência da prática da agricultura familiar, concluímos que essa vegetação pode ser o fator determinante da ciclagem abundante de carbono.

ASSUNTO(S)

bacia amazônica biogeoquímica evasão de dióxido de carbono.

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