Evaluation on factors associated to pulmonary thromboembolism (PE) in a series of ten years of autopsies / Avaliação dos fatores associados a tromboembolismo pulmonar (TEP), em uma série de autópsias de dez anos

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

INTRODUÇÃO: A literatura demonstra que tromboembolismo venoso permanece como uma doença subdiagnosticada entre os pacientes hospitalizados, com aproximadamente 25% dos casos associados à internação. OBJETIVOS: Avaliar as doenças associadas ao desenvolvimento de tromboembolismo pulmonar (TEP) diagnosticado em autópsias, e demonstrar a frequência de TEP como causa do óbito ou fator contributivo. MÉTODOS: Estudo caso-controle retrospectivo, realizado no Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no período de 1995 a 2004. Revisamos os relatórios diagnósticos das autópsias, identificando TEP fatal, quando TEP foi a causa de morte, e TEP não fatal, quando TEP foi doença associada. RESULTADOS: 1.506 pacientes (502 casos e 1.004 controles), 18.359 óbitos no período, média 2.040; 71,2% desses submetidos a autópsias. Observou-se importante declínio nas taxas de autópsias. De 1995-1999 (87,2%) e 2000-2004 (54,4%); p = 0,016. Dos 502 casos (3,8%), em 328 (2,5%) TEP foi causa de morte e 174 (1,3%), causa contributiva. Gênero: 51,6% homens e 48,4% mulheres. Idade: TEP fatal (328) vs controles (1.004), diferença estatisticamente significativa (p = 0,013). Condições prevalentes: câncer grupo, 31,4%, pós-operatório grupo, 17,2%, infecção grupo, 11,7%, e AVC grupo, 11%. Câncer de pulmão, 3,5%, câncer de cérebro e linfoma, 2,8%. Tempo de internação foi utilizado como indicador de imobilização. Outras doenças: AVCH (7,7%), pós-operatório de abdome (6,7%), pneumonia (5,9%), AVCI (3,1%) e pós-operatório vascular (4%) foram frequentes no grupo controle. Em contrapartida, aterosclerose (1,4%), ITU (1,2%), pós-operatório de ginecologia (0,8%), pós-operatório de obstetrícia (0,6%) e doença falciforme (0,6%) foram frequentes no grupo TEP. Cirrose, média de 14,9 dias de internação dos controles vs TEP com 4,4 dias (p <0,001). Análise multivariada incluiu as condições com p 0,20 da univariada, idade e tempo de internação. Fator protetor para TEP: aneurisma de aorta (OR 0,02, IC 95% 0,46-0,56; p = 0,004), cirrose (OR 0,16, IC 95% 0,08-0,34; p <0,001) e SIDA (OR 0,44, IC 95% 0,23-0,84; p = 0,013). Entretanto, AVCI (OR 1,82, IC 95% 1,04-3,19; p = 0,035), câncer de cérebro (OR 2,47, IC 95% 1,28-4,78; p = 0,007), câncer indeterminado (OR 3,12, IC 95% 1,01-9,68; p = 0,049), DPOC (OR 2,83, IC 95% 1,47-5,43; p = 0,002), ICC (OR 1,71, IC 95% 1,11-2,62; p = 0,015) e ITU (OR 4,34, IC 95% 1,05-17,82; p = 0,042) mostraram associação positiva com TEP. Idade vs TEP (OR 1,10, IC 95% 1,04-1,16; p = 0,001). Tempo de internação vs TEP (OR 1,19, IC 95% 1,05-1,36; p = 0,008). DISCUSSÃO: A porcentagem dos pacientes com TEP permanece inalterada, ocorrência de 4,1% e 3,4% no primero e no segundo períodos, com uma média de 3,8%. Em 50,4% dos pacientes não foi realizado o diagnóstico clínico de TEP. CONCLUSÃO: Constatou-se AVCI, câncer de cérebro indeterminado, DPOC, ICC e ITU com significância estatística e associação com TEP. Algumas fraquezas do presente estudo devem ser apuradas, e talvez explicarão as discordâncias com a literatura para algumas doenças. A identificação de fatores associados a TEP auxiliarão no diagnóstico precoce

ASSUNTO(S)

autopsies diagnóstico tromboembolia venosa pulmonary thromboembolism diagnosis autópsia tromboembolismo pulmonar fatores de risco venous thromboembolism risc factors

Documentos Relacionados