Microbiota fúngica e aflatoxinas em alimentos destinados a cabras / Mycoflora and aflatoxins in food estin the goats

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/09/2010

RESUMO

As aflatoxinas são metabólitos tóxicos produzidos por Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus com efeitos hepatotóxicos, imunossupressores, mutagênicos, carcinogênicos e teratogênicos. Estão presentes em vários alimentos, principalmente nos grãos, sendo amplamente utilizados na fabricação de rações animais. A aflatoxina B1 é a de maior poder tóxico e o seu metabólito é eliminado principalmente no leite, sendo o de maior importância a aflatoxina M1. Os limites aceitos pela legislação brasileira são de 50 ppb de aflatoxinas para alimentos destinados a animais e de 0,5 g/L e 5,0 g/L de aflatoxina M1 para leite fluido e em pó, respectivamente. Devido à sua toxicidade, principalmente em indivíduos mais jovens, que são os maiores consumidores de leite, tornam-se um importante problema de saúde pública. Os objetivos deste trabalho foram avaliar a microbiota fúngica e a incidência de aflatoxina B1 em alimentos consumidos por cabras e a incidência de aflatoxina M1 em leite de cabras criadas em 3 propriedades localizadas na região do Sul de Minas Gerais e Média Mogiana Paulista. Os alimentos foram avaliados quanto à microbiota fúngica utilizando-se Ágar Sabouraud Rosa de Bengala. A detecção de aflatoxinas B1 foi avaliada pela técnica de cromatografia em camada delgada, enquanto, no leite, primeiramente foi feita a extração e purificação em colunas de imunoafinidade, sendo a detecção de aflatoxina M1 avaliada utilizando-se a cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). Aliado a estes levantamentos, foi realizada uma análise das condições meteorológicas das regiões de Minas Gerais e São Paulo, aferindo-se o índice pluviométrico, a temperatura média e a umidade relativa do ar onde foram verificadas e comparadas as épocas de maior incidência de fungos e suas toxinas nos alimentos e no leite. Foram colhidas amostras de dois alimentos (concentrado e volumoso) com quatro repetições e em duas épocas diferentes (chuva e seca) e amostras de leite também com quatro repetições em cada época. O delineamento estatístico foi inteiramente casualizado (DIC) em esquema fatorial e foi utilizado o teste Tukey com 5% de nível de significância. Os resultados obtidos revelaram que a otimização das referidas metodologias de cromatografia em camada delgada para análise de aflatoxina em rações e de HPLC no leite caprino mostraram-se eficientes. Em todas as amostras de leite caprino, não foi detectada a presença de aflatoxinas, demonstrando a boa qualidade do leite quanto à contaminação por essas toxinas. Porém, após a análise qualitativa da toxigenicidade das culturas da espécie do gênero Aspergillus, observou-se que, das 64 amostras de rações analisadas, 22,6 % encontravam-se contaminadas com aflatoxina B1.

ASSUNTO(S)

aflotoxina aspergillus flavus leite de cabra microbiologia aflatoxin aspergillus flavus goat milk

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