Avaliação da atividade de acaricidas químicos sintéticos, extrato botânico sobre Rhipicephalus sanguineus e ação dos óleos essenciais sobre Amblyomma cajennens. / Evaluation of activity of synthetic chemical acaricides, botanical extract on Rhipicephalus sanguineus and action of essential oils on Amblyomma cajennense.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Amblyomma cajennense (Fabricius, 1787) (Acari, Ixodidae) conhecido como carrapato-estrela, é um ixodídeo heteroxeno encontrado com muita freqüência em eqüídeos. Têm pouca especificidade parasitária, principalmente nos estágios de larva e ninfa, sendo considerado o ixodídeo mais importante na transmissão da febre maculosa para os humanos no Brasil. Rhipicephalus sanguineus, carrapato ectoparasita principalmente dos cães domésticos em áreas urbanizadas, mas que também parasita outros mamíferos, aves e répteis, é responsável pela transmissão de patógenos aos seus hospedeiros. Por se desenvolver em ambientes sinantrópicos, com seus estágios imaturos, parasitando ocasionalmente o homem, este ixodídeo poderá vir a causar aumento na incidência de erliquiose, babesiose e febre maculosa no homem. As dificuldades existentes no controle dos ixodídeos, incluindo o desenvolvimento de resistência a alguns acaricidas químicos sintéticos, principais produtos utilizados em seu controle, incitam estudos para desenvolvimento de medidas alternativas, mais eficientes e de menor impacto ambiental. O objetivo do presente trabalho foi monitorar a susceptibilidade e/ou resistência de R. sanguineus a 14 produtos inseticidas/acaricidas, dentre os mais comercializados em Goiás para controle de ectoparasitos de importância médica e veterinária, e verificar a potencialidade de substâncias extraídas das plantas Carapa guianensis AUBLET (Meliaceae), Piper hispidinervum C.DC. (Piperaceae) e Magonia pubescens St. Hil. (Sapindaceae), na prospecção de acaricidas botânicos para controle de A. cajennense e R. sanguineus. As teleóginas de R. sanguineus foram coletadas, em ambientes naturalmente infestados, freqüentados por cães, de diferentes bairros e municípios de Goiânia. Teleóginas de A. cajennense foram coletadas em cavalos oriundos de propriedades rurais de diferentes bairros e municípios circunvizinhos de Goiânia. No laboratório, as teleóginas foram lavadas com água destilada, secas em papel toalha e acondicionadas em incubadoras B.O.D., para realizarem a oviposição. Foram utilizados envelopes de papel filtro impregnados com diferentes concentrações dos acaricidas químicos sintéticos, óleo essencial provenientes das folhas e ramos secundários de P. hispidinervum, óleo essencial provindo das sementes de C. guianensis e o extrato bruto etanólico da casca do caule de M. pubescens. No grupo controle utilizou-se apenas água destilada e solvente. Os bioensaios foram realizados em quadruplicata. No primeiro estudo, Concentrações Letais, CL50 e CL99, após 24 h e 48 h de exposição foram calculadas para os produtos que proporcionaram um quadro de resistência ou possível resistência larvicida para R. sanguineus, segundo critérios da OMS. Observou-se resistência para as larvas de R. sanguineus produtos que apresentaram mortalidades a base de Cipermetrina (58,36%), Cipermetrina + Butóxido de Piperolina (PBO) (71,36%), Deltametrina (48,7%), Permetrina (64,5%) e Amitraz (77,8%) nas 24 h, correspondendo a 36% dos produtos testados. Em 48 h de exposição ao Amitraz a mortalidade foi de 88%, apresentando um quadro de possível resistência, correspondendo a 0,07% dos produtos testados. As concentrações letais CL50 e CL99 encontradas foram: Cipermetrina (0,06% e 7,04%), Cipermetrina + PBO (0,06% e 2,1%), Deltametrina (0,06% e 1,57%), Permetrina (0,06% e 0,3%), Amitraz 24 h (0,025% e 0,73%) e Amitraz 48 h (0,06% e 0,31%). Os produtos Deltametrina, Cipermetrina, Permetrina, Cipermetrina + PBO e Amitraz (24 e 48 h de exposição), foram 35,2; 21; 7,85; 3; 3,65; 1,55 vezes, respectivamente, maiores do que as dosagens recomendadas pelos fabricantes. No segundo estudo observou-se o efeito letal do óleo essencial de C. guianensis sobre as larvas de A. cajennense ocasionando nas 24 h, mortalidade não superior a 10% para concentração 35%, nas 48 h de exposição obtiveram-se as CL50 de 7,38% e CL99 de 45,45%. O óleo essencial de P. hispidinervum ocasionou nas 24 h de exposição CL50 de 0,42% e CL99 de 0,88%, nas 48 h de exposição CL50 de 0,45% e CL99 de 1,06%. Observou-se o efeito Knock down sobre as larvas de A. cajennense pelo óleo essencial de P. hispidinervum, influenciando significativamente na mortalidade média. No terceiro estudo observou-se a ação letal do extrato bruto etanólico da casca do caule de M. pubescens sobre R. sanguineus, em 48 h a CL50 e CL99 foi de 0,15% e 0,99%, respectivamente. Os óleos essenciais e extrato estudados demonstraram como método alternativo para a prospecção de acaricidas vegetais, de menor impacto ambiental, a serem utilizados como nova estratégia para controle de R. sanguineus e A. cajennense.

ASSUNTO(S)

parasitologia rhipicephalus sanguineus magonia pubescens carapa guianensis carapa guianensis acaricidas químicos sintéticos piper hispidinervum 1. rhipicephalus sanguineus 2 amblyomma cajennense 3. piper hispidinervum 4. acaricidas botânicos 5. carrapato - controle piper hispidinervum rhiphicephalus sanguineus amblyomma cajennense magonia pubescens amblyomma cajennense acaricides plants

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