Esvaziamento cervical seletivo para o tratamento do pescoço positivo em carcinomas epidermóides do trato aerodigestório alto
AUTOR(ES)
Antonio, Jamile Karina, Menezes, Marcelo Benedito, Kavabata, Norberto Kodi, Bertelli, Antonio Augusto Tupinambá, Kikuchi, William, Gonçalves, Antonio José
FONTE
Sao Paulo Medical Journal
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008-03
RESUMO
CONTEXTO E OBJETIVO: O esvaziamento cervical radical modificado (ECRM) é o tratamento clássico para as metástases cervicais do carcinoma espinocelular (CEC) do trato aerodigestório alto (TADA). Este procedimento é considerado oncologicamente satisfatório, porém pode ser acompanhado de seqüelas significativas devido à extensão do procedimento e a grande manipulação de estruturas nobres, especialmente as nervosas. Assim, tem sido proposto o esvaziamento cervical seletivo (ECS) para o tratamento de casos selecionados, pN1, pN2 sem ruptura capsular, minimizando, ou mesmo evitando, deste modo, as seqüelas do ECRM. O grande questionamento atual é a definição de quais casos seriam eleitos para este procedimento, sem alterar o resultado oncológico de médio e longo prazo. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo clínico retrospectivo realizado na Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. MÉTODOS: Estudamos 67 doentes portadores de CEC do TADA de 1990 a 2001 dividindo-os em dois grupos: 1) 47 doentes tratados com ECS e 2) 20 doentes tratados com ECRM (todos N+). Os casos do grupo 1 eram clinicamente N0 e, 11 tornaram-se pN+, após o exame histopatológico. Assim, no grupo 1 obtivemos doentes pN+ tratados com ECS e seguimos estes grupos por, no mínimo, 2 anos. O grupo 2 serviu como controle da evolução dos doentes pN+. RESULTADOS: Nossos resultados mostraram que na comparação do ECS com o ECRM, não houve diferença significativa quanto à evolução (sobrevivência ou recidiva), no entanto, foi possível evidenciar uma pior evolução nos doentes N+ quando comparados aos N0, demonstrando que o principal fator prognóstico é o comprometimento linfonodal. Além disso, apesar do pequeno número de doentes, observamos que os doentes mais idosos e com CEC de faringe tiveram pior evolução e, por isto, talvez não sejam candidatos ao ECS. CONCLUSÕES: Concluímos, portanto, que o ECS pode ser uma boa opção de tratamento no pescoço N+, em casos selecionados, com metástases cervicais limitadas.
ASSUNTO(S)
esvaziamento cervical neoplasias de cabeça e pescoço carcinoma de células escamosas prognóstico metástase linfática
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