Estudos sobre os anfibio vectores do virus do nanismo amarelo da cevada, em especial de Acyrthosiphon dirhodum, em trigo, no Sul do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

1973

RESUMO

Testes de transmissão mostraram que sete espécies de afídios podem atuar como vectoras do VNAC nos trigais do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina: Acyr-thosiphon dirhodum, Macrosiphum avenae, Rhopalosiphum maidis, R. padi, R. rufiabdorinalis, Schizaphis graminum e Sipha flava. Aphis gossvpii, Hysteroneura setariae e Myzus persicae foram encontradas esporadicamente em trigo, mas o comportamento delas como vectoras não foi estabelecido, Asiphonella dactylonii e Geoica sp. foram encontradas em gramíneas hospedeiras do VNAC, mas também não foi ainda estabelecido se são ou não vectoras do vírus. Observações feitas em tribais e exame de amostras de alados migrantes coletadas em armadilhas amarelas de água mostraram que das sete espécies vectoras, Rhopalosiphum maidis e Sipha flava foram de importância mínima; das cinco restantes, Acyrthosiphon dirhodum superou em importância como vectora e como praga na cultura do trigo todas as demais juntas. Acyrthosiphon dirhodum foi coletada em maior número nas armadilhas de água pintadas de amarelo do que nas de verde-amarelo, laranja-amarelo, laranja, vermelho, preto, verde grama, alumínio, azul celeste e branco neve. A coleta em armadilha colocada sobre o solo sem vegetação foi maior e diminuiu à medida que se aumentou a altura da armadilha em relação ao solo. A coleta da espécie foi maior no período de 7:30-10:30 do que de 16:30-18:30, mas nos dois casos superior à feita em outros períodos do dia. Observações de campo e testes de colonização em insetário mostraram que Acyrthosiphon dirhodum foi capaz da colonizar gramíneas cultivadas e espontâneas das seguintes espécies: Avena sativa, A. sterilis, A. strigosa, Chloris gayana, Dactulis glomerata, Festuca arundinacea, F. rubra, Hordeum vulgares, Lolium multiflorum, L. perenne, Paspalum notatum, Phalaris canariensis, P. tubernacea, P. tuberosa, Poa annua, P.pratensis, Secale cereale, Setaria sphacelata, Triticales, Triticum aestivum e T. duvum. Levantamentos feitas em culturas e coletas de Acyrthosiphon dirhodum em armadilhas distribuídas em 13 zonas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina mostraram que durante o período de 1967 a 1972, as populações desta espécie principiaram a atingir níveis populacionais significativos na primeira quinzena de agosto, formando infestações maiores na segunda metade do inverno e primeira da primavera. Excetuou-se a zona de Chapecó onde níveis populacionais significativos já foram atingidos durante o mês de julho. Testes e observações efetuadas indicaram que os alados migrantes de Acyrthosiphon dirhodum foram muito importantes na disseminação do VNAC de fora para dentro nas culturas de trigo; alados que voam a pequena distância, ápteros adultos e ninfas nos últimos estágios que também podem ser dispersos pelo ar auxiliam a disseminação dentro da plantação, sendo também de importância aquela efetuada por insetos que caem ao solo e migram por caminhamento para plantas sadias das proximidades. Dados de dois experimentos efetuados mostraram que ápteros dispersos por caminhamento podem infetar plantas localizadas a 1,7m da fonte do vírus. Observações feitas em coleções de mais de 900 variedades de trigo e em culturas de mais de 30 variedades comerciais mostraram que apenas a IAS 51, IAS 54, IAS 59 e Nobre (S 31) apresentaram comparativamente menores infestações de Acyrthosiphon dirhodum. Essa fato é considerado como uma indicação de que possuem certa resistência em campo à colonização por assa espécie de afídio. Experimentos em que se aplicou um inseticida granulado sistêmico na ocasião da semeadura e a intervalos durante o ciclo da cultura de trigo, mostraram resposta positiva, aumentando a produção de grãos dos lotes tratados. O aumento variou de 30% nas culturas precoces e 43% nas semeadas na época normal, alcançando 750% para o trigo semeado tardiamente. Os resultados experimentais foram confirmados por numerosas observações feitas em lavouras tratadas e não tratadas, nas quais a aplicação de inseticidas com efeito residual prolongado provocou resposta satisfatória na produção de grãos. Calculou-se que os prejuízos causados pelos afídios nos trigais sulinos foram superiores a 20% da produção de grãos do 1967 a 1972, o que representa mais de 1.400.000 t, com um valor superior a Cr$ ......700.000.000 , 00 (setecentos milhões de cruzeiros). Para evitar que os afídios causem prejuízos maiores nos cultivos de trigo é recomendável a aplicação de aficidas de efeito residual prolongado. As aplicações devem ser feitas quando a observação indicar que 10 a 15% das plantas estão com início de colonização por esses insetos, o que geralmente ocorre a partir da primeira quinzena de agosto para a maioria das zonas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina; para a zona de Chapecó isso pode dar-se com antecedência de um mês em relação às outras zonas. Reaplicações dos aficidas devem ser feitas sempre que o efeito residual da preparação estiver prestes a terminar. Ela deverá ser feita assim que forem observadas umas poucas colônias de ninfas do primeiro estágio, sobre as plantas inspecionadas

ASSUNTO(S)

virus de plantas nanismo cevada trigo - brasil

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